Não constituiu uma supresa para ninguém que o Presidente-eleito americano fosse alvo de piadas durante a cerimónia de entrega dos prémios Globos de Ouro que ontem decorreu em Beverly Hills. O seu estilo conservador, e as suas posições anti-imigramtes e anti-imprensa tornaram-no num alvo preferido de muitas vedetas do mundo do espectáculo.
Por exemplo, ontem à noite o apresentador da cerimónia, o conhecido comediante Jimmy Fallon, suscitou as risadas do público dizendo que os Globos de Ouro eram um dos pouco locais na América onde ainda se reconhecia o voto popular. Ele referia-se ao facto de Donald Trump ter sido eleito Presidente com menos votos que a sua adversária Hillary Clinton, algo que só é possivel porque de acordo com a Constituição americana o Presidente não é eleito por voto directo mas sim por um Colégio Eleitoral.
Quanto ao actor britânico Hugh Laurie, que recebeu o prémio de melhor actor secudnário numa série televisiva disse que estes Globos de Ouro "podem bem ser os últimos porque contêm as palavras Hollywood, estrangeiro e imprensa no título".
Mas a grande sensação foi o discurso da actriz americana Meryl Streep que recebia o prémio Carreira Cecil B. DeMille. Streep chegou ao palco falando num fiozinho de voz que mal se podia ouvir. Disse ela: "perdi a minha voz gritando e lamentando-me durante o fim-de-semana e perdi a cabeça um pouco antes".
A actriz proseguiu, "Houve uma interpretação este ano que me deixou estupefacta. Não porque foi boa, não houve nada de bom a seu respeito,mas foi eficaz e consegui o objectivo. Foi o momento em que a pessoa que vai ocupar o lugar mais respeitado do nosso país imitou um repórter deficiente. Chocou-me porque não era um filme, era a realidade".
Trump reagiu hoje no Twitter,descrevendo Streep como uma das actrizes mais insufladas de Hollywood e uma admiradora ferrenha de Hillary Clinton.
Esta manhã o jornal, The New York Times referia que Trump disse que não tinha assistido à entrega dos prémios ou aos comentários de Streep, mas salientou que não estava surpreendido pelo facto de "liberais do cinema" o terem atacado.