Os 17 activistas angolanos soltos recentemente sob o termo de identidade e residência iniciaram o processo de recuperação depois de mais de um ano nas prisões em Luanda.
Alguns perderam os seus empregos, outros encontram-se com a saúde debilitada e alguns tentam encontrar novos caminhos.
Entretanto, eles continuam sem receber os bens apreendidos pelas autoridades, apesar de o Tribunal Supremo (TS) ter supostamente ordenado há duas semanas a devolução dos mesmos.
Ontem Luaty Beirão, Mbanza Hamza e Hitler Samussuku foram informados pelo TS que o juiz encarregue do pedido de devolução dos bens continua a analisar quais devem ser entregues aos activistas.
Entretanto, alguns deles perderam empregos e agora tentam retomar a vida.
O jornalista Sedrick de Carvalho diz ter a saúde bastante debilitada e por isso não regressou ao emprego porque “a recuperação não tem sido fácil”.
Quem também perdeu o emprego e não recebe os seus ordenados desde Setembro do ano passado é Osvaldo Caholo, como disse o mesmo à VOA.
Já Mbanza Hamza, professor do ensino público, tem os salários suspensos, enquanto o professor universitário Domingos da Cruz também perdeu o emprego.
Por seu lado, Nuno Álvaro Dala, disse não estar a trabalhar ainda em virtude de ter recebido convites de várias organizações internacionais para colaborar na área de pesquisas.
Refira-se que a lei da amnistia aprovada na semana passada pela Assembleia Nacional, no seu artigo sexto, são declarados perdidos a favor do Estado os objectos de crime que tiverem sido apreendidos, quando pela sua natureza ou pelas circunstâncias do caso, oferecerem sério risco de serem utilizados no cometimento de novas infracções, bem como os frutos produzidos pela prática de tais crimes.