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Acordo sobre despartidarização é positivo, dizem analistas moçambicanos


Acordo assinado ontem terá de ser homologado pelo Presidente da República e pelo líder da Renamo antes de ir ao Parlamento.

Em Moçambique, analistas enaltecem como um desenvolvimento político e democrático importante na procura da paz, a assinatura, ontem, 23, em Maputo, entre o Governo e a Renamo, dos princípios sobre a despartidarização do Estado.

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Esta questão vinha opondo, há bastante tempo, o Governo moçambicano e a Renamo na mesa do diálogo político. Agora, o diálogo vai prosseguir com a discussão do desarmamento do partido de Afonso Dhlakama e analisar assuntos económicos.

O presidente do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento(PDD) Raúl Domingos diz que a assinatura do entendimento só peca por tardia, porque os cidadãos já vinham clamando por um Estado despartidarizado, "pelo que era preciso encontrar uma forma de responder a esta vontade popular".

Refira-se que esta era uma das principais exigências da Renamo, a par da revisão do pacote eleitoral, também aceite pelo Governo no diálogo político que decorre no Centro Internacional de Conferencias Joaquim Chissano, em Maputo.

O politólogo Lázaro Mabunda considera que, tal como a revisão da legislação eleitoral, a exigência relativa à despartidarização da função pública faz sentido.

"A ciência ensina-nos que as instituições do Estado menos partidarizadas são mais eficientes e servem as pessoas sem olhar para as suas cores políticas", assinalou.

O acordo estabelece, entre outros aspectos, que devem ser nomeados gestores da Renamo e eliminadas as células da Frelimo em instituições públicas.

O analista político Fernando Lima,lamenta que se tenha levado muito tempo a discutir um assunto que não diz respeito somente ao governo e à Renamo, mas a toda a sociedade.

Para o académico Lourenço do Rosário e um dos mediadores do diálogo político entre o Governo de Moçambique e a Renamo, a despartidarização do Estado vai beneficiar, sobremaneira, a sociedade moçambicana, "porque não nos interessa, de facto, um Estado partidarizado".

Entretanto, o entendimento terá que ser homologado pelo presidente, Filipe Nyusi e pelo líder da Renamo, para depois ser submetido ao Parlamento.

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