Um estudo efectuado pela Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) diz que há indicios de violência generalizada contra a mulheres deslocadas do conflito em Cabo Delgado.
Feito conjuntamente com a Escola de Higiene e Medicina Tropical da Universidade de Londres, o mesmo “constata que mulheres e raparigas, assim como homens e rapazes, estão expostos a violência física, sexual e ao assédio”.
Os investigadores obtiveram relatos de “deslocadas internas de que alguns perpetradores de exploração sexual ameaçam excluir os nomes de mulheres e raparigas das listas de distribuição de assistência humanitária, incluindo apoio em alimentos ou outras formas de assistência, caso estas reportem os incidentes”.
Eles apuraram, por exemplo, que “um líder comunitário abusou sexualmente de uma mulher deslocada e pressionou o seu senhorio a ameaçá-la com possível despejo, caso esta não retirasse a queixa apresentada na polícia”.
Os investigadores concluiram que “as mulheres e raparigas sentem frequentemente receio de reportar incidentes de violência devido a ameaças pessoais ou às suas famílias”.
'Estamos preocupados com estas graves descobertas", disse Samuel Chakwera, Representante do ACNUR em Moçambique, que pediu apoio robusto para os programas de assistência aos deslocados em 2022.