O irmão do antigo segurança afro-americano George Floyd, morto por um polícia branco a 25 de maio, desafiou os legisladores a aprovaram uma legislação que restrinja o uso da força pela polícia.
Philonise Floyd fez o pedido nesta quarta-feira, 10, ante o Comité de Justiça da Câmara dos Representantes.
"Eu não posso explicar o tipo de dor que se sente quando se assiste algo assim. Quando se assiste o irmão mais velho, que você admirou a vida toda, morrer. Morreu implorando por sua mãe", disse Floyd num testemunho emotivo no qual pediu aos congressistas que ponham fim ao sofrimento dos afro-americanos.
"Estou cansado. Estou cansado da dor que sinto agora e estou cansado da dor que sinto toda vez que outra pessoa negra é morta sem motivo. Estou aqui para pedir que façam a vossa parte. Acabem com esse sofrimento”.
Ante os parlamentares, Philonise Floyd reiterou "ouçam o meu apelo, ouçam os apelos da minha família, os apelos que vêm das ruas de todo o mundo".
"Honrem-nos adotando as reformas necessárias para garantir que a aplicação da lei seja a solução e não o problema", concluiu Floyd.
O Comité de Justiça da Câmara dos Representantes ouviu outras testemunhas, como Art Acevedo, chefe da polícia de Houston, e Vanita Gupta, ex-chefe da Divisão de Direitos Civis do Departamento de Justiça e atual presidente da organização não governamental The Leadership Conference on Civil and Human Rights.
Na segunda-feira, parlamentares democratas apresentaram uma proposta de reforma da polícia, de 150 páginas que, no entanto, não deve ter o apoio dos republicanos e do Presidente para ser aprovada em vésperas da eleição de 3 de novembro.
Por seu lado, líderes republicanos no Senado indicaram o senador Tim Scott para dirigir uma comissão com vista a apresentar a sua própria proposta de reforma da polícia.
O senador Lindsey Graham, que dirige o Comité de Justiça do Senado, marcou para a próxima semana uma audiência sobre o uso da força pela polícia, mas não revelou ainda os convidados para depor.
Com o estalar dos protestos contra o racismo e a violência policial em mais de 400 cidades, governos de várias estados, em particular democratas, e de municípios começaram a tomar medidas para evitar excessos das forças da ordem.