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Fala África: "O desafio do compliance é superar a resistência cultural e recriar mentalidades," Nádia Feijó


Conferência Angolana de Compliance: Nádia Feijó (à esquerda) ao lado de duas panelistas, 2024.
Conferência Angolana de Compliance: Nádia Feijó (à esquerda) ao lado de duas panelistas, 2024.

Angola, um país em constante transformação, tem encontrado no compliance uma ferramenta essencial para a consolidação de práticas éticas e legais no ambiente corporativo. À frente desta revolução está Nádia Feijó, jurista, pós-graduada em compliance e combate ao branqueamento de capitais, e fundadora da NF-CONFOJUR. Reconhecida como uma das 100 Mulheres Mais Influentes em Angola, Nádia abordou os desafios do compliance, o protagonismo feminino no sector, conselhos para jovens profissionais e a sua visão para expandir a atuação da NF-CONFOJUR além do continente africano.

Os desafios do compliance em Angola
Promover a ética e a legalidade nas organizações angolanas não é tarefa simples. Segundo Nádia, uma das maiores dificuldades é a resistência cultural às mudanças dentro das empresas. “Do dia para a noite, a organização ou os líderes percebem a necessidade de trazer estas boas práticas éticas e legais, mas, normalmente, há resistência para a sua adoção. Contudo, com informação e comunicação, esses desafios podem ser superados”, afirmou. Ela destacou ainda a carência de recursos humanos e financeiros como outro obstáculo à implementação efetiva do compliance.

Eventos como alavanca para a transformação
A NF-CONFOJUR tem-se dedicado a conectar académicos e profissionais por meio de eventos que disseminam conhecimento e promovem mudanças reais nas organizações. “Acreditamos no poder da partilha do conhecimento para transformar sociedades. Conseguimos conectar a academia e a prática, gerando mudanças tanto operacionais como de mentalidade”, explicou Nádia, evidenciando o impacto desses encontros na evolução do compliance em Angola.

Fala África: "Compliance não é só para bancos, é para transformar sociedades inteiras," Nádia Feijó
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O protagonismo feminino no compliance
Para Nádia, as mulheres desempenham um papel crucial na expansão das boas práticas corporativas. Ela enfatizou: “Diz-se que quem educa uma mulher educa uma nação. Com o compliance, não poderia ser diferente. Temos muitas mulheres interessadas no tema, tanto em Angola como em outros países, como o Brasil. Isto mostra que a presença feminina no campo do compliance é um indicador de progresso.”

Orientações para os jovens profissionais
Nádia deixou também uma mensagem inspiradora para os jovens que aspiram a trabalhar em compliance. “É importante estudar, ter comportamento ético, ser resiliente e consistente. Muitas vezes, será necessário começar com serviços pro bono para demonstrar valor ao mercado. Mas acredito que, pela divulgação do compliance, podemos transformar o mundo”, incentivou.

Fala África: "Graças a Deus, muitas mulheres estão interessadas em estudar e implementar o compliance," Nádia Feijó
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Planos para o futuro
O horizonte da NF-CONFOJUR vai além de Angola. Nádia revelou a ambição de levar as suas soluções para o continente africano como um todo, incluindo o desenvolvimento de sistemas informáticos inovadores para atender empresas de diferentes sectores. “Queremos que os nossos sistemas sejam utilizados não apenas por empresas angolanas, mas por toda a África, seja lusófona ou não”, destacou.

A entrevista encerrou com uma mensagem clara: o compliance é mais do que uma estratégia corporativa; é uma ferramenta de transformação social e cultural. Nádia Feijó continua a inspirar com a sua visão e dedicação, abrindo caminho para uma Angola mais ética e comprometida com o futuro.

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