Nesta semana, no Fala África VOA, destacamos a paz e a segurança no continente africano. Conversamos com Lando Kiala, um jovem líder que tem se destacado na defesa desses temas. Sua participação em eventos como o Diálogo Intergeracional na Bienal de Luanda e as consultas regionais da União Africana reflete seu compromisso com a inclusão da juventude nos processos de tomada de decisão e na construção de um futuro sustentável para a África.
“A juventude precisa de espaço nas discussões”
Para Kiala, a participação na Bienal de Luanda, organizada pela UNESCO, União Africana e governo de Angola, foi um marco pessoal e profissional. Ele destaca o valor do diálogo com líderes e outros jovens do continente. “Foi uma experiência muito agradável, porque me permitiu manter um diálogo direto com os chefes de Estado dos vários países presentes e partilhar ideias com outros jovens. Aprendi sobre a necessidade de criar uma visão compartilhada entre líderes africanos e jovens, promovendo um mundo melhor e mais pacífico onde todos participem,” afirma.
Kiala também ressaltou a demografia da juventude como um potencial para o crescimento da África. “Os jovens representam a maioria em muitos países africanos, e isso é um ganho quando temos líderes comprometidos com o desenvolvimento dessa juventude,” completou.
“O desafio é incluir a juventude nos processos de decisão” A juventude angolana enfrenta desafios significativos em paz e segurança, que vão além de conflitos armados. Segundo Kiala, temas como desemprego, saúde e saneamento básico estão profundamente ligados a essa questão. Ele observa uma tendência preocupante de exclusão dos jovens dos processos de decisão e critica o uso deles como ferramentas de propaganda política durante eleições.
“As aspirações da juventude passam pela inclusão nos fóruns temáticos e pela criação de um quadro transparente de diálogo com as autoridades locais. Precisamos combater a prática de usar os jovens apenas para propaganda política e incluí-los de forma genuína nos processos de decisão,” enfatiza.
“Pontos focais juvenis são essenciais”
Durante a Bienal de Luanda, foram apresentadas soluções práticas, como a criação de pontos focais juvenis em instituições governamentais. “Esses pontos focais seriam responsáveis por engajar jovens em seus setores de atuação, criando redes nacionais, regionais e globais para atender às suas preocupações e oferecer respostas concretas,” explica. Ele também destacou a necessidade de desburocratizar as instituições públicas e acabar com a partidarização que exclui jovens de oportunidades.
“África precisa de uma voz própria no Conselho de Segurança”
Outro tema crucial abordado por Kiala foi a reforma das Nações Unidas para incluir países africanos no Conselho de Segurança. Ele acredita que isso fortaleceria a representatividade e a capacidade de tomar decisões alinhadas às necessidades do continente. “África não pode continuar sendo vítima das decisões de outros. Precisamos de uma voz própria para defender nossos interesses e enfrentar desafios como guerras, pobreza e mudanças climáticas,” concluiu.
Com líderes como Lando Kiala à frente, fica evidente que o papel da juventude é central na construção de um continente mais justo, pacífico e sustentável.
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