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Mais de 200 reclusos libertados por manifestantes em três cadeias de Moçambique


Visão geral de um camião queimado enquanto outros camiões fazem fila para tentar chegar ao posto de fronteira de Ressano Garcia, entre Moçambique e África do Sul, em 13 de novembro de 2024
Visão geral de um camião queimado enquanto outros camiões fazem fila para tentar chegar ao posto de fronteira de Ressano Garcia, entre Moçambique e África do Sul, em 13 de novembro de 2024

Mais de 200 reclusos escaparam de três cadeias nas províncias moçambicanas da Zambézia e Gaza durante os protestos nas penitenciárias em sete dias da mais recente fase de manifestações que encerrou nesta quarta-feira, 11,

A informação foi confirmada por autoridades e residentes.

Na manhã desta quarta-feira, 11, um grupo de manifestantes enfurecidos arrancou os portões e invadiu a cadeia distrital de Ile, na província da Zambézia, e libertou 90 reclusos, segundo a Polícia, citada pelo canal de televisão STV.

Em declarações à Voz da América, Azevedo Joaquim, morador de Errego, a principal vila do distrito de Ile, contou que “uma multidão descontrolada” deitou abaixo o portão da penitenciária e dirigiu-se às celas, libertando os reclusos e destruindo parte das infraestruturas.

Há uma semana, 4 de dezembro, no primeiro dia da fase designada por 4X4, na província da Zambézia, outro grupo de manifestantes invadiu a penitenciária da vila sede distrital de Mulevala, libertando outros 100 reclusos.

As penitenciárias dos distritos de Inhassunge e Morrumbala foram igualmente invadidas em ocasiões diferentes, alegadamente por grupos de manifestantes que libertam um grande número de reclusos

Em Inhassunge, o ataque à penitenciária envolveu os Naparamas, a força local integrada por antigos guerrilheiros e que tem o apoio do Governo.

Também na passada quarta-feira, 4, outros 46 reclusos fugiram da cadeia distrital de Chibuto, na província de Gaza, durante os tumultos em protesto contra a alegada fraude eleitoral.

O incidente ocorreu quando um grupo de mais de duas mil pessoas furiosas invadiram a cadeia de Chibuto, que na altura albergava 150 reclusos, tendo arrombado as portas e libertos os reclusos.

As autoridades governamentais dizem que dos 46 reclusos libertos pelos manifestantes, um decidiu se entregar a penitenciária, estando a a Policia a trabalhar para localizar os restantes 45 reclusos.

A mais recente fase de contestação reivindicada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane decorre até hoje.

No entanto, é expectável que os protestos continuem apesar da aproximação das datas festivas.

Mondlane afirmou nas redes sociais que não espera que os manifestantes se tornem apáticos durante a época festiva

“Desta vez, não vamos ter Natal, porque o povo vai estar na rua”, insistiu Mondlane na passada semana.

O Conselho Constitucional deve confirmar os resultados das eleições de 9 de outubro ainda neste mês.

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