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UE condena assassínio de assessor jurídico de Venâncio Mondlane e do mandatário do Podemos


Manifestantes seguram um cartaz demonstrando o seu apoio a Venâncio Mondlane, que concorreu à liderança de Maputo
Manifestantes seguram um cartaz demonstrando o seu apoio a Venâncio Mondlane, que concorreu à liderança de Maputo

União Europeia pede "uma investigação imediata, exaustiva e transparente".

A União Europeia condenou o assassinato de Elvino Dias, conselheiro jurídico do candidato presidencial Venâncio Mondlane, e do mandatário nacional do partido Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) Paulo Guambe afirmando que “numa democracia, não há lugar para assassínios com motivações políticas”.

As mortes foram confirmadas pela Polícia da República de Moçambique (PRM) e famílias das vítimas. O Hospital Central de Maputo confirmou a entrada dos corpos crivados de balas durante a madrugada.

A União Europeia (UE) pede "uma investigação imediata, exaustiva e transparente que leve à justiça os responsáveis por este crime ultrajante, esclareça as circunstâncias em que ocorreu e aguarda com expetativa as reações do Governo moçambicano”, disse o Alto Representante da União Europeia, Josep Borrell, num comunicado sábado, 19.

As declarações foram feitas depois de na madrugada deste sábado, no bairro da Coop, arredores da capital do país, indivíduos terem interceptado o carro onde seguia o advogado Elvino Dias, e o político da oposição Paulo Guambe e disparado inúmeros tiros contra o carro em que seguiam as vítimas que ficou crivado de balas.

Os dois assassínios ocorreram após cenas de agitação e intervenções policiais à passagem do candidato presidencial Venancio Mondlane por Nampula e Beira onde reafirmou a convocação de uma greve nacional para a próxima segunda-feira, 21, para protestar a falta de transparência na forma como decorreu a votação e subsequente contagem de votos das eleições gerais de 9 de outubro.

A UE “apela à máxima contenção de todos e ao respeito pelas liberdades fundamentais e pelos direitos políticos". E pede que todos os candidatos sejam protegidos neste período pós-eleitoral.

O comunicado acrescenta ainda que a sua Missão de Observação Eleitoral “continua no país a avaliar o processo eleitoral em curso. "Esperamos que os órgãos de gestão eleitoral conduzam o processo com toda a diligência e transparência necessárias, respeitando a vontade expressa pelo povo moçambicano.”

Polícia está a investigar

A polícia disse estar a investigar o caso. De lembrar que casos ocorridos anteriormente nos mesmos parâmetros estão ainda com investigações não concluídas. Até ao momento não há reação oficial das autoridades ou do governo à morte de Elvino Dias e Paulo Guambe.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal condenou "liminarmente" os assassinatos. “O povo moçambicano exerceu legitimamente o seu direito de voto. Fazer jus à sua maturidade cívica implica garantir o caráter pacífico e ordeiro do processo subsequente”, pode ler-se na nota publicada na rede X.

Já o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, João Cravinho diz que não é possível dissociar os homicídios do processo eleitoral em Moçambique. Cravinho liderou a Missão de Observação Eleitoral da CPLP em Moçambique.

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