O Ministério das Finanças de Angola está a analisar propostas do Fundo Monetário Internacional (FMI) para um novo programa de apoio ao país, revelou a ministra das Finanças Vera Daves.
Em entrevista à Voz da América em Washington, Vera Daves abordou também o desejo do Executivo em ver especialistas e companhias angolanas nos projetos levados a cabo por companhias estrangeiras em Angola.
A governante afirmou que o Governo solicitou ao FMI “uma nota técnica sobre possíveis opções” para o caso de Angola “pedir um programa” de apoio.
“Essa nota foi preparada, foi partilhada e está a ser internamente analisada pelo Ministério das Finanças, de modo que ainda não é uma discussão política a nível do governo”, disse a ministra que sublinhou que ainda não está em discussão qualquer novo empréstimo do FMI.
“Ainda não estamos nessa fase, estamos na fase de avaliar as opções tendo em conta o momento económico e social que Angola vive”, acrescentou.
Angolanos devem participar em projetos de empresas estrangeiras
Na entrevista, Vera Daves disse que o seu Governo quer o envolvimento de especialistas e companhias angolanas nos projetos levados a cabo por companhias estrangeiras em Angola.
Ao receber financiamento de organizações multilaterais “no processo de contratação dos serviços muitas das vezes, quase nunca, se contratam profissionais locais ou empresas angolanas”.
Para a governante, é urgente resolver isso “porque ronda entre 30% e às vezes 40% (...) o valor do financiamento que se consome para essa natureza de despesas”.
“Se esse montante servisse para alimentar empresas locais e profissionais locais isso teria impacto na economia, mas se for pago a empresas estrangeiras e profissionais estrangeiros - com todo o respeito que temos por essas empresas e profissiniais - são menos recursos a fazer mexer uma economia que precisa de ser dinamizada”, afirmou.
Na conversa, Vera Daves abordou também os investimentos americanos que os Estados Unidos estão a fazer no Corredor do Lobito e disse que o seu Governo quer assegurar que “não seja apenas uma linha férrea que transporte minerais de um lado para o outro”.
“Queremos é que todo o potencial logístico se desenvolva em torno do corredor e que também surjam novos negócios à volta do corredor”, afirmou a ministra das Finanças que, na conversa, abordou ainda os temas da falta de créditos bancários para empresários angolanos, a dívida de Angola que ela avlaiou em 65 mil milhões de dólares e a prestação de contas por entidades do Estado entre outros.
Ouça a entrevista na íntegra,
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