A Frelimo, partido no poder em Moçambique, reagiu "com tristeza e grande choque" ao assassinato de Elvino Dias, conselheiro jurídico do candidato presidencial Venâncio Mondlane, e do mandatário nacional do partido Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) Paulo Guambe.
"A Frelimo repudia veementemente este ato macabro e exorta a todas as autoridades que façam de tudo ao seu alcance para clarificar este caso", lê-se no comunicado de imprensa do partido. A Frente de Libertação de Moçambique pediu ainda às autoridades para clarificarem o duplo assassinato.
O candidato do partido, Daniel Chapo, pediu uma investigação "célere, imparcial, independente e rigorosa". "Gostaria de exortar às instituições da Justiça para que conduzam uma investigação célere, imparcial, independente e rigorosa, visando apurar os factos e responsabilizar os autores. A justiça tem de ser feita. Não podemos permitir que exista lugar ao medo num Estado de Direito Democrático", diz em comunicado.
Chapo afirma que o crime é "uma afronta à democracia e aos princípios de um Estado de Direito Democrático, que todos devemos proteger". O candidato presidencial da Frelimo pediu à classe dos advogados moçambicanos "que permaneçam firmes" no compromisso com a defesa dos direitos fundamentais e de justiça, base de um "Estado de Direito Democrático".
O político diz esperar que os homicídios não desviem Moçambique da "construção de uma nação mais justa e inclusiva". "Não podemos permitir que exista lugar ao medo num Estado de Direito Democrático".
"Reafirmo o meu total repúdio a este crime e a qualquer tipo de violência e intolerância no nosso país, ao mesmo tempo que reitero o meu compromisso em defender a verdade e a justiça como valores fundamentais para Moçambique e para todos os moçambicanos", finaliza Daniel Chapo.
O advogado Elvino Dias, conhecido defensor de casos de direitos humanos em Moçambique, era assessor jurídico de Venâncio Mondlane e da Coligação Aliança Democrática.
O candidato presidencial independente, Venâncio Mondlane, acusou as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique de serem responsáveis pelo crime, afirmando ter provas.
A polícia de Moçambique confirmou na manhã de sábado, 19, que Elvino Dias e Paulo Guambe tinham sido mortos a tiro numa "emboscada". Um terceiro ocupante ficou ferido. O crime foi condenado por inúmeras organizações moçambicanas e instituições e governos estrangeiros.
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