Pelo menos 13 pessoas foram mortas em três ataques aéreos israelenses que atingiram campos de refugiados no centro de Gaza durante a noite de sábado, 20, de acordo com autoridades de saúde palestinianas, enquanto as negociações de cessar-fogo no Cairo parecem progredir.
Entre os mortos no campo de refugiados de Nuseirat e no campo de refugiados de Bureij encontram-se três crianças e uma mulher, de acordo com as equipas de ambulâncias palestinianas que transportaram os corpos para o hospital dos Mártires de Al-Aqsa, nas proximidades. Os 13 cadáveres foram contados por jornalistas da AP no hospital.
As últimas vítimas seguem-se a um raro momento de esperança na Faixa de Gaza, devastada pela guerra, depois de uma equipa médica ter recuperado um bebé vivo de uma mãe palestiniana grávida, morta num ataque aéreo que atingiu a sua casa em Nuseirat na noite de quinta-feira.
Ola al-Kurd, 25 anos, grávida, foi morta juntamente com outras seis pessoas na explosão, mas foi rapidamente levada pelas equipas de emergência para o Hospital Al-Awda, no norte de Gaza, na esperança de salvar o feto. Horas mais tarde, os médicos disseram à The Associated Press que tinha dado à luz um menino.
O recém-nascido, ainda sem nome, está estável, mas sofre de falta de oxigénio e foi colocado numa incubadora, disse o Dr. Khalil Dajran. O pai do bebé foi ferido no mesmo ataque, mas sobreviveu.
O ataque acontece um dia depois de o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) ter declarado que a presença contínua de Israel no território Palestiniano ocupado "é ilegal" e que "todos os Estados têm a obrigação de não reconhecer" a ocupação que dura há décadas.
Acordo em discussão
No Cairo, os mediadores internacionais, incluindo os Estados Unidos, continuam a pressionar Israel e o Hamas para que cheguem a um acordo faseado que ponha termo aos combates e liberte cerca de 120 reféns em Gaza.
Na sexta-feira, o Secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, afirmou que um acordo de cessar-fogo entre o Hamas e Israel, que liberte os reféns israelitas capturados pelo grupo em Gaza, está "dentro da linha das 10 jardas", mas acrescentou que "sabemos que tudo o que se passa nas últimas 10 jardas é o mais difícil".
Desde o cessar-fogo de uma semana, em novembro, que as negociações entre as partes beligerantes têm sido infrutíferas, com o Hamas e Israel a acusarem-se mutuamente de terem dificultado o esforço, à medida que se aproxima um acordo.
A guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas a 7 de outubro contra o sul de Israel, já matou mais de 38 900 pessoas, segundo o Ministério da Saúde do território, que não faz distinção entre combatentes e civis na sua contagem. A guerra criou uma catástrofe humanitária no território costeiro palestiniano, deslocou a maior parte dos seus 2,3 milhões de habitantes e provocou uma fome generalizada.
O ataque do Hamas em outubro matou 1200 pessoas, na sua maioria civis, e os militantes fizeram cerca de 250 reféns. De acordo com as autoridades israelitas, cerca de 120 pessoas permanecem em cativeiro, um terço das quais terá morrido.
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