Links de Acesso

França apela a uma resposta "proporcional" aos protestos no Senegal


Senegaleses protestam contra o adiamento das eleições que estavam previstas para 25 de fevereiro, em Dakar, Senegal, a 9 de fevereiro de 2024.
Senegaleses protestam contra o adiamento das eleições que estavam previstas para 25 de fevereiro, em Dakar, Senegal, a 9 de fevereiro de 2024.

Na terça-feira, 13, o Ministério das Comunicações do Senegal disse aos operadores móveis para suspenderem o acesso à Internet, antes de um protesto planeado que foi proibido pelas autoridades

A França apelou esta terça-feira ao Senegal para que assegure uma resposta "proporcional" a quaisquer protestos, após a violência causada pelo adiamento das eleições presidenciais ter matado três pessoas.

"A França apela novamente às autoridades para que realizem as eleições presidenciais o mais rapidamente possível", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês em comunicado.

A França apela a que qualquer uso da força seja "proporcional", depois de as Nações Unidas terem assinalado "relatos de uso desnecessário e desproporcionado da força contra os manifestantes".

"A França encoraja todos os atores senegaleses a favorecerem o diálogo e a preservarem a longa tradição democrática do Senegal", afirmou.

A decisão do Presidente Macky Sall, no início deste mês, de adiar a votação de 25 de fevereiro mergulhou o país, tradicionalmente estável, numa das suas piores crises em décadas.

Três pessoas, incluindo um adolescente, morreram nos tumultos que se seguiram.

Na terça-feira, as autoridades senegalesas suspenderam a Internet móvel e proibiram uma marcha contra o adiamento da votação.

Manifestantes durante confrontos com a polícia em protesto contra o adiamento das eleições presidenciais de 25 de fevereiro, em Dakar, Senegal, a 9 de fevereiro de 2024.
Manifestantes durante confrontos com a polícia em protesto contra o adiamento das eleições presidenciais de 25 de fevereiro, em Dakar, Senegal, a 9 de fevereiro de 2024.

Os protestos estão a afetar o turismo, sector representava 10% do produto interno bruto antes da pandemia de COVID-19, de acordo com os dados do Banco Mundial.

"Registámos um grande número de cancelamentos devido à crise", declarou Pape Berenger Ngom, presidente da Associação dos Profissionais de Hotelaria e Restauração do Senegal.

"As reservas de hotéis foram particularmente afetadas", acrescentou.

As pesquisas de voos para o Senegal, que depende fortemente do comércio de sol de inverno, caíram 17% na semana de 2 a 8 de fevereiro, em comparação com a semana anterior, de acordo com a consultora ForwardKeys, que monitoriza as tendências do sector das viagens.

No entanto, o operador do aldeamento turístico Club Med indicou que, até à data, não houve grande impacto.

A sua estância de Casamance estava 98% cheia na segunda-feira e não impôs restrições às deslocações ao exterior, afirmou.

Várias multinacionais parecem estar preparadas para enfrentar a tempestade, com o gigante britânico do petróleo e do gás BP e a australiana Woodside a desenvolverem novos campos de petróleo ao largo da costa senegalesa.

Multinacionais como a Nestlé, a Philip Morris e a TotalEnergies também têm operações no Senegal.

As informações para este artigo foram obtidas junto da Agence France-Press e da Reuters.

XS
SM
MD
LG