O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu, no sábado, 13 de janeiro, continuar a guerra de Israel contra o Hamas até à vitória, prosseguindo a ofensiva em Gaza na véspera do centésimo dia de guerra.
A guerra foi desencadeada pelo ataque do Hamas a 7 de outubro no sul de Israel, o dia mais mortífero da história do país. Mais de 1.200 pessoas foram mortas em Israel e quase 24.000 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza - mais de 1% da população de Gaza.
Entretanto, milhares de pessoas iniciaram uma manifestação de 24 horas em Telavive, no sábado à noite, apelando ao governo para que traga de volta os reféns, após 100 dias de cativeiro do Hamas.
Os manifestantes, segurando fotografias dos raptados, reuniram-se na "Praça dos Reféns", em frente ao Ministério da Defesa de Israel, que tem sido um ponto de encontro dos activistas.
Netanyahu, desafiante, afirmou que Israel não se deixará dissuadir pelas acusações de que está a cometer um genocídio contra os palestinianos.
"Ninguém nos vai parar, nem Haia, nem o Eixo do Mal, ninguém", disse, referindo-se ao Hamas e ao Hezbollah, apoiado pelo Irão, que tem disparado contra Israel a partir do Líbano, e às milícias Houthi que têm atacado navios comerciais no Mar Vermelho como demonstração de apoio ao Hamas.
O primeiro-ministro israelita falou após uma audiência de dois dias no Tribunal Internacional de Justiça em Haia. A África do Sul acusou Israel de genocídio num processo perante o tribunal.
Israel rejeitou a acusação, considerando-a caluniosa e hipócrita.
Israel afirma que terminar a guerra agora significaria a vitória do Hamas, um grupo militante islâmico que foi designado como organização terrorista pelos EUA, UE e Reino Unido, entre outros. O Hamas governa a Faixa de Gaza desde 2007 e afirma estar empenhado na destruição de Israel.
Espera-se uma decisão provisória do TIJ dentro de algumas semanas. As decisões são vinculativas, mas difíceis de aplicar. Netanyahu deixou bem claro que Israel ignorará qualquer ordem de cessação dos combates.
Israel enfrenta uma pressão internacional crescente para pôr termo à guerra, que, para além do número de mortos, tem provocado um sofrimento generalizado.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, dirigido pelo Hamas, cerca de dois terços dos mortos são mulheres e crianças. O ministério afirmou que o número total de feridos de guerra ultrapassou as 60.000 pessoas.
De acordo com as Nações Unidas, Israel continua a bombardear grande parte da Faixa de Gaza e os grupos armados palestinianos continuam a disparar rockets contra Israel. Os combates no terreno entre os dois países continuam também em grande parte de Gaza.
Dos 36 principais hospitais de Gaza, 15 estão a funcionar, ainda que parcialmente, segundo a OCHA, a agência das Nações Unidas para os assuntos humanitários.
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