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Oposição guineense pede demissão do ministro das Finanças e da Economia


Suleimane Seide, ministro das Finanças, Guiné-Bissau
Suleimane Seide, ministro das Finanças, Guiné-Bissau

Em causa o pagamento de mais de 10 milhões de dólares a favor de um grupo de empresários, através da liquidação das suas dívidas junto a um dos bancos comerciais da capital.

A bancada parlamentar da oposição pediu a demissão do ministro das Finanças e da Economia da Guiné-Bissau, devido ao pagamento de mais de 10 milhões de dólares a favor de um grupo de empresários, através da liquidação das suas dívidas junto a um dos bancos comerciais da capital.

Suleimane Seide esteve no Parlamento nesta segunda-feira, 27, para responder aos deputados, tendo afirmado que foi uma operação que acontece praticamente todos os anos.

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"Este procedimento é recorrente, é normal e habitual no Ministério das Finanças, praticamente é feito todos os anos2, afirmou o governante.

Seide justifica acrescentou que "o Governo tem o compromisso de apoiar o setor privado, de um lado, e, sobretudo, em relação ao referido Banco [BAO], há um compromisso para apoiar o seu saneamento porque o Estado deve desengajar-se, portanto, neste momento, temos um grupo financeiro interessado, e no âmbito da relação, tanto com o Fundo Monetário Internacional, e com o mesmo grupo, temos a esperança que até o final do ano 2023, o Estado poderá ceder a sua parte como acionista maioritário em cumprimento da recomendação do próprio Fundo Monetário Internacional".

O titular da pasta da Economia e Finanças não confirmou nem desmentiu se a operação teve a anuência do primeiro-ministro, ou se foi do conhecimento do Presidente da República.

“Não estou aqui para responder em nome do primeiro-ministro. De igual modo, não vou responder em nome de Sua Excelência Sr. Presidente da República”, responde o ministro.

Na contramão, o líder da bancada parlamentar do MADEM-G15, na oposição, foi perempório ao dizer que Seide não tem condições para continuar no cargo.

"Pelo que assistimos aqui, acho que, além do crime de prevaricação e de violação da Lei do Orçamento, o ministro das Finanças não tem condições [de continuar no cargo]", afirmou Abdu Mané.

O Ministério Público desencadeou na sexta-feira, 24, uma operação de busca e apreensão no Ministério das Finanças e na sede principal do Banco da África Oficial (BAO), em que o Governo é o principal acionista.

Sabe-se, no entanto, que em resultado da operação dos magistrados da Procuradoria-geral da República junto a um dos bancos comerciais da capital guineense e da Direção Geral do Tesouro e do Serviço de Dívidas Internas do Ministério das Finanças, constam o “cativo das contas do Tesouro Público e das empresas em causa e ainda apreensão de vários documentos para averiguação e passíveis de indícios de práticas de crimes”, disse uma fonte próxima ao processo.

Contatada pela Voz de América, uma fonte do Ministério Público, que pediu o anonimato, disse que, de momento, “não haverá pronunciamento sobre o caso e que os magistrados estão empenhados na investigação e na constituição de um processo crime contra os eventuais implicados”.

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