Um novo ataque de um grupo armado matou 12 pessoas e feriu outras três na quinta-feira, 14 setembro, na aldeia de Naquitengue, devolvendo a insegurança ao distrito de Mocímboa da Praia, na província moçambicana de Cabo Delgado, que enfrenta uma insurgência armada há cerca de seis anos, relataram à VOA neste sábado, 16, várias fontes locais.
O grupo invadiu a aldeia no início da tarde, e disparou contra um grupo de jovens que se encontrava a jogar futebol num campo improvisado, matando as 12, tendo outras três pessoas escapado com ferimentos de balas.
“Foram encontrados a jogar, mas na verdade foram mortas 12 pessoas e há população ferida”, explicou Ibrissa Gulamo, um morador local, em declarações por telefone à VOA.
Um outro morador disse que “a minha sogra foi informada que o marido está morto, portanto, meu sogro morreu nesse ataque”, anotando que os corpos foram encontrados pelas forças moçambicanas e ruandesas, quando foram destacados para o local.
Há várias pessoas que continuavam refugiadas nas matas até este sábado, disse uma outra fonte, relatando igualmente uma incursão dos rebeldes à aldeia de Inguri.
“Eles entraram como militares, significa que estão a usar a tática anterior, estamos admirados e desesperados como isso volta a acontecer”, precisou um outro morador, Adam Selemane.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Pemba ainda não comentou sobre o incidente, e o Ministério da Defesa Nacional não respondeu de imediato o nosso pedido de comentário enviado por e-mail.
Os insurgentes que actuam em Cabo Delgado têm ligações com o Estado Islâmico.
Desde 2017 provocaram a morte de cerca de quatro mil pessoas e a fuga de mais de um milhão de pessoas, segundo a agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que, no entanto, assegura o regresso de mais da metade dos deslocados.
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