A esposa do angolano Gelson Emanuel Quintas, mais conhecido por “Man Gena”, que com a família fugiu para Moçambique alegadamente devido a ameaças de morte, responsabiliza o Hospital Central de Maputo pela morte da filha que nasceu naquele estabelecimento no passado dia 5.
A recém-nascida faleceu no dia 7 e, num vídeo divulgado nas redes sociais, Clemência Suzete Vumi aponta o dedo ao hospital.
“Nos dias em que estive no hospital, ia para o berçário e o bebé estava bem e reagia bem à medicação. Quando eram 22 horas, supostamente, eles dizem que a minha bebé teve ataques cardíacos, fez duas paradas cardíacas, tiveram que reanimá-la, sangrou pela boca, reanimaram a primeira vez, reanimaram a segunda vez, e a bebé faleceu. Então disse ‘não, vocês esperaram eu sair para vocês para matarem minha bebé’”, conta a esposa de Man Gena.
Citado pela imprensa, o director do Departamento de Ginecologista e Obstetrícia do Hospital Central de Maputo, Agostinho Daniel, diz que o estabelecimento "recebeu a senhora com uma complicação obstétrica, que afectava uma gravidez ainda prematura, e essa complicação é tratada em todo o mundo com o parto, pois punha em risco a saúde da mãe assim como a do feto, portanto, tudo foi feito seguindo os protocolos clínicos”.
A Voz da América contactou a direcção do Hospital Central de Maputo que prometeu reagir ainda nesta segunda-feira, 10.
Man Gena, a esposa, que estava grávida, e dois filhos fugiram para Moçambique, através da Namíbia e da África do Sul, em finais de Fevereiro.
A esposa, Clemência Suzete Vumi, disse num vídeo, na altura, que o marido estava a ser alvo de ameaças depois dele ter feito denúncias, nas redes sociais, de suposto envolvimento de altas figuras da Polícia Nacional e dos Serviços de Investigação Criminal no narcotráfico.
UNITA impedida de ver Man Gena
Na última semana de Março, uma delegação de três deputados da UNITA, o maior partido da oposição em Angola, esteve em Maputo para tentar conhecer a situação de Man Gena e família, mas como disse à Voz da América, o deputado Olívio Quilumbo, o Serviço de Imigração e Fronteiras não autorizou a visita.
"Só podemos concluir que o Governo moçambicano mostrou-se indisponível em atender a nossa solicitação, que é tão simples", afirmou Quilumbo, quem explicou os contactos marcados e até uma carta que lhes foi pedida para que o Governo os autorizasse a visitar um cidadão angolano "que está sob custódia, não foi condenado, nem está preso.
"Mesmo que tivesse sido condenado, as cadeias têm dias de visitas e nós podíamos visitá-lo nesta condições", disse aquele deputado angolano, que reiterou que ele e seus colegas ficaram "bastante desagradados" e só lhes restam duas hipóteses: "Ou ele está extremamente debilitado, que pode ser visto ou temos de pensar no prior".
Na altura, Quilombo disse estar muito preocupado com a saúde da mulher do Man Gema que, "segundo vídeos a que tivermos acesso, terá sido violada em Angola enquanto o esposo baleado três vezes.
Man Gena está sob custódia do Serviço de Imigração e Fronteiras de Moçambique e a mulher e os filhos num centro para mulheres.
Apesar das tentativas feitas, o Governo de Moçambique nunca se pronunciou sobre este caso.
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