O ano lectivo anterior em Angola, foi marcado por várias greves e os alunos ressentiram-se.
Em véspera de uma terceira fase da greve de professores, que deve ser decidida nos próximos dias pela classe, os alunos contam ter vivido momentos difíceis e de incertezas, enquanto professores dizem que os estudantes voltam às aulas em péssimas condições, depois de tantas greves.
Wilbet Santos, estudante que diz-se solidário com a reinvindicação dos professores, explica que tinham de se refugiar em grupos do WhatsApp com outros colegas para estudar e manter o nível de conhecimento assimilado nos anos passados.
“Para mim a reclamação dos professores foi boa, estávamos apenas preocupados com as matérias que estávamos a acumular, tivemos que criar grupo de WhatsApp e estávamos a estudar por lá”, conta.
O presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos, Francisco Teixeira, diz que a incerteza destas paralizações criou grandes debilidades na vida dos estudantes.
“A incerteza, o clima que se vive antes da greve e depois da greve não permite que os estudantes vivam em harmonia e paz quer dizer que o processo de ensino aprendizagem é gravemente ferido gravemente afectado”, aponta Teixeira.
O professor José Segundo diz que o regresso dos alunos mostrou quão desastrosa foi a segunda fase da greve dos professores no país.
“Os alunos desaprenderam, quer dizer que se a greve tiver algum sucesso vai beneficiar os professores e prejudicar drasticamente os alunos”, afirma Segundo.
Na segunda-feira, 16, os professores vão decidir a efetivação ou não da terceira fase da greve dos professores a nível nacional.
As exigências
Os grevistas estão a exigir abolição da monodocência, distribuição da merenda escolar em todo país, actualização dos professores segundo o nível académico e tempo de serviço, pagamento de subsídios, pagamento dos cargos de direção e chefia desde a nomeação.
Os docentes querem também pagamento na totalidade e não em partidos do 13º e subsídio de férias, regularização da situação de professores nas categorias do regime geral, desagravamento do IRT, revisão do estatuto de carreira dos agentes da educação, alteração do estatuto remuneratório e subsídios dos agentes da educação.
O Sindicato Nacional dos Professores quer ainda líderes sindicais nas comissões de avaliação de desempenho, não a obrigatoriedade do uso da bata, mais concursos públicos, melhoria das infra estruturas escolares (salas de aulas, carteiras, material escolar, bibliotecas, laboratórios, transporte escolar), e o fim da mercantilização do ensino .
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