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Sissoco Embaló ameaça repressão a manifestação contra destruição do Parque da Lagoa de N’Batonha


Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, fala à nação depois de tentativa de golpe de Estado. 1 Fevereiro 2022
Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, fala à nação depois de tentativa de golpe de Estado. 1 Fevereiro 2022

Presidente diz que nada impedirá a construção da mesquita

O Presidente guineense disse que a destruição do Parque da Lagoa de N’Batonha vai continuar para dar lugar à construção de uma mesquita na capital do país.

A reacção de Umaro Sissoco Embaló surge depois de organizações da sociedade civil e ecologistas denunciarem o que consideram ser um "crime ambiental" e de terem lançado um petição pública para salvar o Parque da Lagoa de N´Batonha.

Em conversa com jornalistas, Embaló, que qualificou alguns muçulmanos de complexados, afirma não compreender os motivos de tanta contestação, quanto houve obras na Catedral de Bissau, sem registo de nenhum protesto.

"As obras atrás da Sé Catedral de Bissau decorrem há mais de 30 anos. Não houve nenhum movimento que estamos a assistir hoje. Portanto, aquela mesquita vai ser construída e as pessoas vão lá rezar. Estão a fazer teatro", afirmou o Presidente, quem alertou que "haverá consequências em caso de alguém ir àquele espaço, as autoridades vão utilizar todos os meios adequados para repor a ordem".

Na segunda-feira, 2, o Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil tornou pública uma carta aberta endereçada ao Presidente da Câmara Municipal de Bissau em que denuncia “actos nocivos” no Parque Europa - Lagoa de N´Batonha”, no centro da capital.

Na nota a que a VOA teve acesso, as dezenas de organizações que integram o Espaço de Concertação falam de ausência da política educativa e boa conservação do Parque N'Btonha.

O Espaço desafia as organizações da defesa e preservação ambiental “a mobilizar-se para a protecção e salvaguarda do parque.

Um grupo de cidadãos activistas ambientais lançou uma campanha de mobilização para uma vigília agendada para esta quinta-feira junto ao referido Parque, visando exigir da Câmara Municipal de Bissau o fim das obras em curso.

Por outro lado, o Presidente também pronunciou-se sobre o espancamento do comerciante Ussumane Baldé, no dia 30, por homens armados e encapuzados, depois dele ter criticado as normas para acesso ao mercado central de Bissau, anunciadas por Embaló.

"Este é um caso isolado. Existem até nos Estados Unidos. Infelizmente existem [raptos e espancamentos] em todas as partes do mundo. Nós é que encaramos estes casos como se tratasse de bicho de sete cabeças", afirmou o Presidente guineense.

O PAIGC e o Partido União para a Mudança (PUM), na oposição, e PRS, que tem membros no Governo, acusaram em comunicados separados as autordades de quererem insalar um regime de terror na Guiné-Bissau.

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