Activistas na província angolana de Benguela, vão intentar uma acção criminal contra o comandante da Polícia Nacional (PN) no município do Lobito, Gilson Pedro, devido ao que chamam de violentas agressões a que foram submetidos numa esquadra após uma manifestação contra supostas irregularidades nas eleições do passado dia 24 de Agosto.
Vários manifestantes foram detidos nos dias 26 e 27 do mês passado por alegada desobediência e tencionam responsabilizar judicialmente o comandante municipal e agentes da Polícia de Intervenção Rápida (PIR).
A primeira participação criminal, elaborada por Avisto Bota, membro da brigada jornalística da OMUNGA, que se encontrava a reportar os protestos, já se encontra na Procuradoria-geral da República.
Bota conta que foi agredido a pontapés, bastões e coronhadas de armas e salienta que nem as duas senhoras entre os vários detidos foram poupadas
“Algemaram-me, deram uma rasteira e caí, perdendo os sentidos. Vieram por cima de mim com bastão e torturaram-me, um dos agentes, de nome Jackson, levou-me até ao comandante dizendo que este é o principal”, revela o activista.
Na esquadra policial diz ter havido mais agressões.
“Um dos agentes, inclusive, mandou-me abrir a boca para colocar uma granada, e eu recusei. Pisou-me no peito, outro nas mãos e outros ainda foram me torturando. Só pararam quando se aperceberam que os outros colegas meus começaram a gritar e até a chorar”, avança.
Outros activistas preparam igualmente queixas-crime, conforme confirmou, em entrevista não gravada, o advogado, Chipilica Eduardo, que fala em ofensas graves à integridade física, ameaças e rapto.
À VOA, o porta-voz do Comando Provincial da Polícia, Ernesto Tchiwale, também sem gravar entrevista, assinala que a via judicial é a melhor fórmula para a solução do problema.
Entretanto, fonte do Comando Municipal da PN no Lobito acusa os activistas de terem apedrejado viaturas da corporação e diz que três agentes ficaram feridos.