O Presidente da Guiné-Bissau descartou qualquer problema com o seu homólogo angolano, João Lourenço e lembrou que os dois países são irmãos.
“O povo de Angola é um povo irmão. O Presidente João Lourenço é um irmão. Antes de sermos homólogos, somos irmãos. Há uma história entre a Guiné-Bissau e a Angola”, afirmou Úmaro Sissoco Embaló, em resposta a perguntas de jornalistas que quiseram saber se a sua presença nas cerimónias fúnebres do antigo Chefe de Estado José Eduardo dos Santos, em Luanda, representam uma normalização das relações entre os dois estadistas.
“Isso é inequívoco. Somos irmãos, temos concertado e falado sempre”, acrescentou Embaló lembrando que Lourenço “já nomeou um Embaixador para a Guiné-Bissau, também nomeei um Embaixador em Angola, portanto está tudo a correr bem e não há nada”.
As afirmações do Chefe de Estado guineense foram feitas na segunda-feira, 5, à margem da entrega de 25 viaturas às Forças Armadas, momento em que voltou a defender que as FA têm de ser republicanas.
Críticas
Em Março de 2020, o então Presidente eleito da Guiné Bissau, acusou João Lourenço de interferir nos assuntos internos do seu país, por ter recebido Domingos Simóes Pereira em Luanda durante o diferendo pós-eleições presidenciais de 2019 e criticou o facto de ter levado os filhos de José Eduardo dos Santos à Justiça.
“Imaginem, eu Úmaro Sissoco Embaló, mandar prender o filho de José Mário Vaz ou qualquer membro da sua família”, disse Sissoco Embaló citado pelo jornal O Democrata.
“Eu não sou ingrato… mas o meu homólogo angolano está a perseguir a pessoa que lhe entregou o poder de uma forma gratuita. Eu fui eleito pelo povo guineense. Ao João Lourenço foi dado o poder de “bandeja” pelo Presidente José Eduardo Santo, um homem que lutou pela paz em Angola e que merece respeito”, acrescentou, afirmando ainda que João Lourenço “deve pôr a mão na consciência e lembrar que o Presidente José Eduardo dos Santos lhe deu tudo”.
“O cão não morde a mão que o alimenta, portanto lamento ouvir críticas a partir de Angola sobre os problemas da Guiné-Bissau”, disse Úmaro Sissoco Embaló para quem Angola “é o país mais violento no século XX e XXI”.