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Líder do PAIGC acusa poder de se esconder "cobardemente" em ordens judiciais que não respeita


Domingos Simões Pereira (cen), no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, com os advogados Carlos Pinto Pereira (esq) e Luís Manuel Cabral (esq), Bissau, Guiné-Bissau, 2 Setembro 2022
Domingos Simões Pereira (cen), no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, com os advogados Carlos Pinto Pereira (esq) e Luís Manuel Cabral (esq), Bissau, Guiné-Bissau, 2 Setembro 2022

Domingos Simões Pereira voltou a ser impedido de viajar para o exterior

O presidente do PAIGC, principal partido da oposição na Guiné-Bissau, voltou a ser impedido de sair do país, nesta sexta-feira, 2, e acusou as autoridades de se esconderem cobardemente em ordens judicais que elas mesmas não respeitam.

Domingos Simões Pereira foi retido no estacionamento pelas forças de segurança, que o impediram de entrar no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, de onde pretendia seguir viagem para Portugal.

Em conversa com os jornalistas no local, o antigo primeiro-ministro mostrou o despacho de um juiz do Tribunal de Relação que anula anteriores impedimentos e acusou o Ministério do Interior e a Direcção-Geral de Migração e Fronteiras de ignorar a ordem a que tiveram acesso.

Simões Pereira disse que “o mesmo poder que se esconde cobardemente, atrás de ordens judiciais que são encomendadas, hoje recusa o cumprimento dessa mesma ordem judicial”.

Ele acrescentou que fala de “forma cobarde, que é para não se expor à evidência de que não têm rigorosamente nada de legal para impedir o embarque e a minha viagem, impedem-me de aceder às instalações do próprio aeroporto, se isto não é do mais baixo que eu vi”.

O presidente do PAIGC alertou ser “importante que, de facto, todo o povo guineense compreenda o nível a que se está a chegar em termos de supressão das liberdades e direitos fundamentais dos cidadãos, é isto que está a acontecer aqui”.

O Ministério Público tem a emitido ordens a impedir a saída do antigo primeiro-ministro do país, alegando que a Assembleia Nacional Popular tem demorado a responder a pedidos para levantamento da imunidade parlamentar de Simões Pereira, que é deputado, o que tem sido sempre recusado.

A VOA contactou a Procuradoria-Geral da República que recusou a pronunciar-se sobre o assunto.

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