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Moçambique: Custo de vida continua alto, segundo o BM, e economistas pedem medidas correctivas


Banco de Moçambique
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Banco de Moçambique mantém a taxa de juro de política monetária em 15,25%

O custo de vida continuará elevado nos próximos meses, de acordo com a previsão do Banco de Moçambique (BM) e economistas questionam o efeito das medidas de política monetária adoptadas pela instituição que não têm reflexo na redução da inflação que deve chegar aos 9% este ano, segundo projecção do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O banco central decidiu decidiu manter a taxa de juro de política monetária em 15,25 por cento.

“Esta decisão é sustentada pelas perspectivas de manutenção do agravamento do nível geral de preços (inflação) num dígito no médio prazo, não obstante os elevados riscos e incertezas associados a estas projecções, com destaque para os efeitos da tensão geopolítica na Europa”, referiu o governador do BM, Rogério Zanadamela.

Ele lembrou que, em Abril passado, a inflação anual acelerou para 7,9%, contra 6,7% em Março, a reflectir o aumento dos preços dos combustíveis e dos bens alimentares, pelo que antevê-se dias difíceis para os moçambicanos, porque, advertiu Zanadamela, "no curto prazo, a inflação continuará elevada, reflectindo o impacto do ajustamento dos preços dos bens administrados”.

Para o economista Salimo Valá, os choques provocados pela instabilidade na sequência do conflito entre a Rússia e a Ucrânia vem despertar a necessidade de olhar para outras medidas para minorar o custo de vida.

“Numa situação em que particularmente este conflito no Leste vejo levantar de novo o problema da crise energética e problema da segurança alimentar, questiono quais são os desafios que nós temos actualmente", afirma Valá, para que, "tendo em conta que a agricultura é a base do nosso desenvolvimento para crescimento inclusivo, particularmente, para a implantação de infraestruturas e desenvolvimento do capital humano".

O também economista Belmiro Belchior sugera medidas que vão para além das relacionadas com as de ajustamento económico tomadas pelo banco central.

“Se a previsão é de aceleração de preços em cerca de 9%, a questão que se coloca é qual é a eficácia desta política monetária? Não deverá a política orçamental também intervir em simultâneo com a política monetária para termos uma resposta eficaz?”, questiona Belchior.

O Governo, através de Enilde Sarmento, directora nacional de Políticas Económicas e Desenvolvimento no Ministério da Economia e Finanças, refere que o exercício a ser feito para minorar o impacto destes choques passa por encontrar alternativas para aumentar a produção e diminuir as importações.

“O aumento de preços dos produtos alimentares afecta as camadas mais vulneráveis e aqui há um exercício maior que é necessário fazer, há necessidade de se olhar para algumas alternativas para estes produtos questão aqui importados e há um exércitos que já se iniciou se pensarmos que está crise vai ser prolongada”, afirma Sarmento.

na quita-feira, 19, o representante do FMI em Maputo, Alex Meyer afirmou que as projecções da instituição apontam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique na ordem dos de 3.8 por cento, podendo chegar aos 5 por cento até 2024.

Meyer alertou, no entanto, que o recrudescimento do conflito Rússia-Ucrânia poderá ter impactos distintos para o país.

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