O representante do Fundo Monetário Internacional em Moçambique, Alexis Meyer, diz serem necessárias reformas urgentes para reduzir as pressões fiscais provocadas pelo terrorismo em Cabo Delgado e o impacto do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Meyer falava em Maputo, numa conferência sobre Perspectivas de Recuperação do Sector Privado em Moçambicano, impulsionado pela retoma da assistência financeira do FMI a Moçambique.
Referiu que Moçambique deve apostar num crescimento inclusivo e numa série de reformas ligadas à boa gestão das finanças públicas, boa governação e protecção social, e, associado a isso, a resolução do conflito em Cabo Delgado.
Anotou que "temos a questão do terrorismo em Cabo Delgado que aumenta as pressões fiscais e tem um impacto muito forte na pobreza e nas desigualdades”.
Para Alexis Meyer, as autoridades moçambicanas devem também prestar atenção à taxa real da inflação, que poderá registar um significativo incremento.
Entretanto, o sector privado moçambicano antevê tempos difíceis, tendo em conta as dificuldades enfrentadas já nos primeiros três meses deste ano, sobretudo no que diz respeito à contratação da mão-de-obra.
O Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, Agostinho Vuma, afirmou que o índice de tendência de emprego evidenciou um abrandamento, tendo passado de 125.9 para 115, uma descida de 10.9 pontos.
O economista António Francisco diz ser fundamental a retoma do FMI, mas, para já não se pode falar numa efectiva recuperação do sector privado.
"O que vamos ver é um fortalecimento do Estado e não do sector privado", realçou.