Os governos de Angola e Cabo Verde lançaram as bases para uma joint-venture entre as duas companhias aéreas de bandeira, a TAAG e a TACV, com vista a aproveitar as oportunidades de exploração dos mercados americano e da África Ocidental.
A intenção foi reforçada nesta segunda-feira, 14, no início de uma visita de dois dias de João Lourenço ao arquipélago.
“Pensamos ir mais longe, constituir uma joint-venture entre a TAAG e a TACV para, com aeronaves da TAAG, e tendo como base a cidade da Praia ou a cidade do Sal - este detalhe passou-me, o que é importante é que a base será Cabo Verde -, para, a partir daqui, operarmos para várias capitais da região da África Ocidental e também dar continuidade não só para a Europa, como para os Estados Unidos da América”, afirmou Lourenço, depois do encontro com o primeiro-ministro cabo-verdiano.
O chefe de Estado angolano destacou que desta forma da melhor forma possível “as capacidades que Angola tem, em termos de meios aéreos, de aviões, e as capacidades que Cabo Verde tem em termos de gestão aeroportuária, de gestão de aeronaves, as capacidades que Cabo Verde tem em termos de ter conseguido ao longo dos anos estar certificado a voar para espaços em que Angola não conseguiu”.
As duas companhias assinaram um acordo de cedência, pela TAAG, de um aparelho em regime de leasing, à TACV.
Na cerimónia foram igualmente assinados um acordo Bilateral de Serviços Aéreos entre os dois governos, um Memorando de Entendimento sobre os Transportes Aéreos entre os ministérios dos Transportes dos dois países, e um Memorando de Cooperação Técnica entre a Agência de Aviação Civil de Cabo Verde (AAC) e a Autoridade Nacional da Aviação Civil de Angola (ANAC).
O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, congratulou-se com o “sentido pragmático dos novos projectos e sublinhou “estamos fortemente interessados em fazer com que esta caminhada seja passo a passo, com segurança, com ambição e com resultados, e em várias outras áreas”, afirmou Ulisses Correia e Silva.
Reacções em Luanda
Entretanto, em Angola, o porta-voz do PRS, na oposição, Manuel Ribaia, diz ser positivo o aluguer do avião à companhia cabo-verdiana, mas lamenta que “estas negociações não ao dadas a conhecer à oposição”.
João Nazaré, secretário executivo nacional para Informação e Marketing da CASA-CE, também na oposição, comenta que “vamos esperar que essas negociações deem frutos”.