O Presidente angolano reconheceu, neste segunda-feira, 14, em Cabo Verde ser uma “anormalidade” que Angola não tenha instituído ainda as autarquias locais e remeteu a decisão final para a Assembleia Nacional, que ainda tem de aprovar parte do pacote eleitoral.
Em Luanda, a oposição lembra que responsabilidade da implementação do poder local é do poder instituído.
Após o encontro com o Presidente cabo-verdiano no início de uma visita de dois dias ao arquipélago, João Lourenço reconheceu que "felizmente uma grande maioria do pacote de leis está já aprovado, resta apenas uma, daí o facto de eu dizer que neste momento estamos bem próximos de podermos digamos, começar a implementar as autarquias locais, portanto isto vai acontecer tão logo se feche esse pacote legislativo e isso deve acontecer quando a AN assim entender".
O chefe de Estado angolano acrescentou haver “uma pequena dificuldade na falta de consenso com relação sobretudo a uma questão, se as eleições serão feitas em simultâneo ou não", mas afirmou acreditar "que o bom senso acabará por prevalecer e logo que isso seja ultrapassado o Chefe de Estado estará em condições de convocar as eleições".
Em Luanda, o porta-voz do PRS, Manuel Ribaia, responde a Lourenço dizendo que as eleições autárquicas estão dependentes da “vontade política do poder político institucionalizado em Angola”.
A mesma opinião tem João Nazaré, secretário executivo nacional para Informação e Marketing da CASA-CE, quem lembra que “o Presidente da República sempre demostrou que as eleições não deviam ser realizadas no período de 2017/ 2022, por falta de vontade política”.
Em Washington, onde terminou no fim de semana uma visita, o presidente da UNITA prometeu instituir o poder local caso ganhe as eleições de Agosto.