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Nyusi e Ramaphosa pedem à ONU para intermediar diálogo entre a Ucrânia e Rússia


Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, Pretória, África do Sul, 11 Março 2022
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, Pretória, África do Sul, 11 Março 2022

Presidentes de Moçambique e da África do Sul pedem reforma do CS da ONU, manifestam preocupação com golpes de Estado e aumento da insegurança no Sahel, RDC e Cabo Delgado e analisam cooperação

Os presidentes de Moçambique e da África du Sul pediram ao Conselho de Segurança que crie condições para o diálogo entre a Rússia e a Ucrânia com vista a colocar um fim à invasão russa.

Eles também justificaram a abstenção de Maputo e Pretória na Assembleia Geral da ONU sobre a invasão russa e manifestaram preocupação com golpes de Estado em vários países africanos.

Em comunicado divulgado no final da reunião da Comissão Binacional entre a África do Sul e Moçambique, realizada nesta sexta-feira, 11, em Pretória, Filipe Nyusi e Cyril Ramaphosa “instaram o Conselho de Segurança das Nações Unidas a mandatar o secretário-geral das Nações Unidas para iniciar um diálogo entre a Rússia e a Ucrânia”.

Eles apelaram “a uma abordagem equilibrada do conflito através do diálogo que atenderá as preocupações de segurança de ambas as partes no conflito” e, na nota, “expressaram a sua preocupação com a crescente crise humanitária na Ucrânia”.

Ambos chefes de Estado justificaram a abstenção dos respectivos governos na votação da resolução da Assembleia Geral que condenou a invasão russa, a 2 de Março, dizendo que ela “foi baseada na convicção de que a resolução não foi fundamentada numa avaliação equilibrada das causas subjacentes ao conflito” e apelaram a uma análise “equilibrada do conflito através do diálogo que abordará as preocupações de segurança de ambas as partes em conflito”.

Reforma do CS da ONU e apoio a Moçambique

Ainda a propósito do papel da ONU, Nyusi e Rasmaphosa defenderam a necessidade da reforma do Conselho de Segurança e Pretória reconfirmou o seu apoio à candidatura de Moçambique a membro não-permanente a partir de Janeiro do 2023.

No campo bilateral, os dois Chefes de Estado congratularam-se com o reforço da copperação e da “amizade” entre os dois países e “ressaltaram a necessidade de intensificar colaboração em áreas que prometem impacto e benefício imediatos”.

A situação em Cabo Delgado, onde tropas da África do Sul ajudam as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique a combater o terrorismo, no âmbito da missão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), a SAMIM, nas siglas em inglês, mereceu pouco destaque na nota.

“Os dois Chefes de Estado manifestaram preocupação com o aumento do número de mudança inconstitucional de governos no continente africano, incluindo nas repúblicas do Mali, Burkina Faso e Guiné, enquanto a situação de segurança na região do Sahel, leste da RDC e partes do norte da província de Cabo Delgado de Moçambique continuam a ser motivo de preocupação”, diz o comunicado, no qual Nyusi e Ramaphosa sublinha a “necessidade de fortalecer a União Africana e as organizações sub-regionais em África com vista a promover a paz, segurança, estabilidade e desenvolvimento sustentável.

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