Um iate avaliado em quase 33 milhões de dólares, três propriedades no luxuoso bairro de Kesington em Londres no valor de 31,22 milhões de dólares, uma residência no complexo Jumeirah Bay no Dubai, uma propriedade no Algarve em Portugal denominada Vila Quinta do Lago, uma propriedade em Monaco de 55,5 milhões de dólares, uma propriedade luxuosa em Lisboa com lugar para estacionameno de sete automóveis, são algumas das riquezas de Isabel dos Santos e seu marido Sindika Dokolo, revelou o diário britânico The Guardian.
Este diário juntamente com mais 30 meios de comunicação social a nível mundial publicaram extensos artigos sobre a fortuna de Isabel dos Santos que põem em causa as suas recentes declarações de que toda a sua fortuna foi baseada em negócios legítimos que nunca contaram com o beneficio do seu pai, o então Presidente José Eduardo dos Santos.
Os artigos são parte de uma mega-investigação feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla em inglês), que integra 120 jornalistas de mais de 20 países.
O jornal The Guardian diz que “uma investigação levada a cabo durante sete meses ... sugere que dos Santos beneficiou de oportunidades extraordinárias dadas pelo governo do seu pai, José Eduardo dos Santos, antes deste abandonar o poder e 2017”.
Os artigos já titulados de “Luanda Leaks” são baseados em mais de 700 mil e-mails, contratos, auditorias e livros de contabildiade obtidos inicialmente pela Plataforma para Proeger Denunciantes em África e subsequentemente investigados pelo Consórcio de Jornalistas de Investigação.
Segundo o The Guardian, Isabel dos Santos e o seu marido Sindika Dokolo dizem que computadores de empregados e conselheiros financeiros seus foram alvo de um ataque cibernético.
O jornal diz que os documentos “revelam uma rede opaca de cerca de 400 companhias, muitas delas “off-shore” ligadas (à família) dos Santos, Dokolo e seus associados e ajuda que foi dada ao casal em administra-las por um círculo de consultores, contabilistas e advogados europeus e americanos”.
O jornal faz referência a a dois casos já abordados na VOA e mencionados no tribunal que congelou as contas de Isabel dos Santos e do seu marido , nomeadamente os investimentos com fundos de companhias estatais angolanas em negócios de petróleo em Portugal e num negócio de jóias que Isabel dos Santos disse nunca ter participado mas que o seu marido confirmou como um negócio que contou com financiamento da SODIAM.
O New York Times diz que os documentos em sua posse revelam que Isabel dos Santos e o seu marido levaram sem pagarem “em adiantado” joias e relógios da companhia de joalharia comprada com aquele finaciamento.
Este diário diz ainda que os documentos “põem em causa” as declarações de Isabel dos Santos que não esteve relacionada com esse negócio, indicando que ela tinha interesses nas companhias de Malta que controlavam (o negócio).
O The Guardian revela que quando Isabel dos Santos dirigiu a Sonangol 150 milhões de dólares foram pagos a firmas de consultoria através de uma companhia sediada no Dubai “controlada pelos seus ( de Isabel dos Santos) associados”.
O New York Times diz que horas depois de Isabel dos Santos ter sido demitida de directora da Sonangol 38 milhões de dólares foram transferidos para uma companhia ficticia no Dubai.
O jornal inglês acrescenta a esse respeito que pouco depois desta transferência a 16 de Novembro de 2017 foi feita uma segunda transferência de 15 milhões e depois uma terceira transferência de quatro milhões de dólares.
“Ao começo do dia a conta bancária da Sonangol tinha 57 nmilhões de dólares. Ao pôr do sul tinha apenas 309 d’olares”, diz o jornal
O The Guardian revela ainda que os documentos a que teve acesso indicam contudo que, à medida que a fortuna de Isabel dos Santos crescia, credores começaram a evitar qualquer negócio com o casal e as suas companhias devido a riscos associados com a corrupção.
“Dokolo disse que não consegue abrir contas bancárias em seu nome em Londres e Paris desde 2001”, diz o jornal.
O New York Times escreve, por seu turno, que entre os bancos que se recusam a ter qualquer ligação com dos Santos e o seu marido estão o Citigroup e o Deutsche Bank
O nome de Isabel dos Santos foi agora retirado da lista de participantes do Forum Económico Mundial em Davos no qual a sua compannia Unitel pagou para ser um dos patrocinadores.