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João Lourenço recua na compra de aviões para a TAAG


FMI poderá estar por detrás da decisão que conta com apoio de analistas angolanos
FMI poderá estar por detrás da decisão que conta com apoio de analistas angolanos

Pressões do Fundo Monetário Internacional poderão ter levado o presidente João Lourenço a cancelar a autorização que tinha dado para a compra de novas aeronaves para a companhia aérea TAAG.

Os aviões iam ser comprados à Boeing e à Bombardier .

João Lourenço cancela compra de aviões para a TAAG -2:35
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Num decreto emitido na semana passada o Presidente cancelou também as negociações de financiamento dessas operações.

O decreto indica que alguns fundos poderiam já ter sido pagos ao afirmar que o ministro das finanças em articulação com o ministro dos transportes deve “dinamizar esforços junto dos vendedores e financiadores com vista a reverter todas as operações financeiras realizadas bem como minimizar os danos financeiros e reputacionais”.

O economista e deputado pela CASA-CE Manuel Fernandes entende que o FMI terá persuadido o presidente que a compra dos aviões não era um bom negócio.

Para Manuel Fernandes “a situação económica e financeira de Angola não aconselhava tais aquisições” recordando depois que o país “depende de financiamentos de linhas de crédito do FMI e de cooperação bilateral com outros países”.

“Isto terá concorrido, para que João Lourenço tivesse recuado", acrescentou.

O jornalista Ilídio Manuel disse não fazer sentido o estado gastar milhos de dólares na compra de aviões para a TAAG que o próprio governo quer privatizar.

"Alguém quis colocar a carroça à frente dos bois, ou seja o estado investir milhões na TAAG, para depois ser privatizado a favor desta nova geração de marimbondos”.

“Se eles de facto querem salvar a TAAG que sejam os novos parceiros a fazerem os investimentos e não o estado, para depois oportunisticamente começarem a vender as accoes e repartirem os dividendos", acrescentou

O especialista em políticas públicas David Kissadila pensa que o presidente tomou a posição certa afirmando que o que falta á TAAG é “uma gestão adequada”.

“Com os aviões que existem e os novos corpos diretivos colocados na TAAG depois de 4 a 5 anos sim poderiam comprar novos aviões", acrescentou.

O consultor de macroeconomia Galvão Branco considera que o recuo do Presidente pode causar alguns prejuízos para o estado mas não havia outra saída melhor.

'Isto pode provocar alguns custos adicionais ao estado e eventualmente na reputação mas a verdade é que a nossa tesouraria actualmente não é muito famosa (...) nesta altura não há condições para suportar encargos deste tipo de investimentos".

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