Analistas económicos angolanos saudaram na generalidade o decreto do presidente João Lourenço que privatiza, pelo menos parcialmente, a companhia aérea angolana TAAG.
Ao abrigo do decreto a TAAG, que atravessa há muito uma grande crise financeira, passa de Empresa Pública (EP) a Sociedade Anónima.
O especialista em gestão e políticas publicas David Kissadila disse que que o Estado continuará a deter a maioria da companhia, “até 51% e o resto das acções (serão) repartidas entre os novos acionistas privados".
Kissadila afirmou que para si existe um problema com a decisão presidencial porque João Lourenço “orientou no sentido de se modernizar, equipar, comprar novos aviões”.
“Penso que para uma Sociedade Anónima não devia ser assim, devia -se primeiro avaliar a capacidade da nova sociedade”, sublinhou Kissadila para quem “como os meios não são obsoletos poderiam ser a base para o arranque e um ano depois então ver-se-ia como seria a capacidade de gestão da nova sociedade, para depois se investir".
O consultor económico Galvão Branco entende que, com esta medida de João Lourenço, "pode-se permitir que a TAAG ande com uma boa gestão e governação, melhorar bastante a sua performance e sua competitividade e seus resultados económicos".
Quem também pensa que desta vez a TAAG saia do buraco em que se encontra é o economista Damião Cabulo.
"O Estado durante muito tempo perdeu muito dinheiro com a gestão destas empresas públicas”, lembrou.
“O que resta saber é só quem serão os novos acionistas e de onde virá o dinheiro", acrescentou sublinhando no entanto que “esta foi a atitude mais acertada que se tomou porque a entrada de novos acionistas vai permitir que estes queiram ter serviços em condições para obter lucros"