As autoridades moçambicanas acusam o Malawi de não respeitar a delimitação da fronteira comum, afirmando haver casos de retirada de marcos fronteiriços, o que, na opinião de um analista, traduz o clima de tensão que sempre caracterizou as relações entre os dois países.
A acusação foi feita pelo governador provincial do Niassa, Arlindo Chilundo, que fez referência ao mais recente dos incidentes fronteiriços, na semana passada.
"Às vezes, os malawianos têm retirado marcos ao longo da fronteira, para ampliar as suas explorações agrícolas, mas porque os moçambicanos conhecem muito bem a fronteira entre os dois países, continuam a trabalhar tranquilamente", afirmou aquele governante.
Arlindo Chilundo afirmou que "há três dias, tivemos um incidente em que um líder comunitário malawiano entrou em território moçambicano, onde vigarizou alguns populares que estavam a preparar a sementeira de arroz, e esse incidente foi reportado ao governo do Malawi".
O sociólogo Rogério Sitoi diz que estes incidentes são recorrentes, o que faz com que as relações entre os dois países sejam sempre difíceis.
Contudo, Sitoi é da opinião que, face a essas situações, as autoridades moçambicanas privilegiem sempre o diálogo.
Refira-se que outros incidentes fronteiriços têm sido reportados também nas províncias de Tete e Zambézia.