No quarto dia do julgamento do líder da seita A Luz do Mundo, o juiz-presidente do Tribunal Provincial do Huambo, Afonso Pinto, quis saber de José Julino Kalupeteca o seu envolvimento nos confrontos que deixaram vários mortos em Abril no monte Sumi e no Bié.
Afonso Pinto questionou Kalupeteca sobre a data e motivo da criação da igreja e se a sua congregação religiosa "agitava" os fiéis no sentido de não participarem de campanhas de vacinação, registo eleitoral e no censo populacional.
O líder de A Luz do Mundo negou categoricamente o seu envolvimento nos confrontos do Huambo e do Bié e afirmou não deu dado ordens aos fiéis para enfrentarem os agentes da ordem: “Apenas tomei conhecimento dos acontecimentos no Bié quando me solicitaram a viatura para apoiar o Luís”, responsável da igreja do Bié que morreu na altura.
Em relação ao censo, Kalupeteca respondeu: “Eu apenas queria entender porque no folheto, do censo na opção das igrejas, a minha não estava lá”.
Mais adiante, disse ao juiz que, depois de ter sido esclarecido pelo vice-governador para a esfera económica e social, Guilherme Tuluca, mandou os seus fiéis se recensearem, mas colocando o X na opção “sem religião”.
Kalupeteca garantiu nunca ter proibido os fiéis de se inscreverem no censo.
Ao explicar os acontecimentos, José Julino Kalupteca disse que a polícia chegou em quatro grupos e o comandante dirigiu-se a ele.
"Quando o comandante chegou eu estava a rezar, ele perguntou `você é o Kalupeteca?´, eu respondi que sim, mas daí para frente não vi mais nada, só só fumo e poeira”, contou o líder de A Luz do Mundo.
O julgamento continua nesta sexta-feira, 22, com Kalupeteca a ser interrogado pelo juiz.
Depois será a vez do Ministério Público e da defesa fazerem as suas perguntas ao réu.
Na segunda-feira serão ouvidos os declarantes arrolados no processo.