Esta é considerada a pior perda militar em país estrangeiro desde a queda do apartheid, e provocou críticas políticas contra o presidente Jacob Zuma, que autorizou a missão.
Vários especialistas sul-africanos em política externa dizem que a morte dos soldados pode levar a África do Sul a repensar e reavaliar a sua política externa no continente.
As mortes dos 13 soldados num país que parece bem distante para o cidadão sul-africano provocaram uma onda de contestação contra Jacob Zuma: a oposição política está furiosa e a imprensa especula sobre a existência de interesses económicos da elite política sul-africana, interesses esses escondidos do público, os quais podem ter pesado na decisão de defender o ditador que governo a República Centro Africana.
Mas Alfred Hangari, investigador do Instituto de Estudos Internacionais da África do sul, diz que a decisão de Pretória de enviar de tropas adicionais, em Janeiro, está em linha com o acordo bilateral de 2007 entre os dois países.
Ele diz que Bozize continua a ser o presidente legítimo da república Centro Africana. Na opinião de Hengari o grande erro da África do Sul foi a falta de preparação e a ignorância das complexas realidades políticas do país.
Desde que chegou ao poder em 1994, a política externa do governo do Congresso Nacional Africano tem sido promover a democracia no continente e procurar “soluções africanas para os problemas africanos.” Assim, neste aspecto, intervencionismo é consistente com os objectivos de longa data.
Check Achu, investigador do Instituto África diz que Pretoria acredita também que ajudar a uma maior estabilidade no continente é do interesse da África do Sul.
“Se olharem de forma crítica para o número de pessoas que pedem a ajuda da África do sul quando há um problema em alguma parte do continente, é alarmante. Assim, a África do Sul ao envolver-se no continente, tentará resolver o problema antes mesmo daquele se começar a manifestar, antes de escalar. No continente africano precisamos de uma nação poderosa que lidere o projecto dos Estados Unidos de África. E a África do Sul tem todos os recursos, a capacidade humana, e a vontade militar para liderar este projecto em particular.”
A África do Sul é, de longe, o principal poder no continente. O seu produto doméstico bruto é quase o dobro do nigeriano, de longe o segundo país africano mais rico. Nos últimos anos mostrou estar disposto a desempenhar um papel mais alargado nos assuntos do continente. Fez pressão para assegurar a eleição de um dos seus, Nkosanana Dlamini-Zuma para presidir à União Africana. Como membro do grupo de países emergentes, BRICS, é também uma voz no continente no seu relacionamento com a China, Rússia, Brasil e Índia.
Mas Siphamandla Zondi, director do Instituto para o Diálogo Global, diz que apesar da África do Sul exercer o seu poder no palco mundial, continua a não querer ser visto como um "brutamontes."
“A África do Sul é um líder entusiasta mas relutante. Relutante em ser o polícia do continente. O que vemos é uma África do Sul entusiasmada em desempenhar um papel mas muito preocupada com as implicações de o fazer sozinho.”
Zondi acrescenta que as mortes dos 13 militares sul-africanos pode reduzir o entusiasmo de Pretoria pelos assuntos do continente.
“A questão do envolvimento sul-africano na República Centro Africana é muito contestada internamente. Mas não é um problema no continente. Essa a grande implicação que veremos nos próximos anos – pode levar a África do Sul a ser reticente, um pouco, a desempenhar o papel de estabilizador, apoiante da democracia, a reforçar a governação, por receio dos problemas que pode causar internamente.“
Zondi diz que a África do Sul aprendeu uma lição dura da sua experiência na República Centro Africana, para onde enviou tropas segundo os termos de um acordo bilateral. Em vez disso, diz Zondi, Pretória deveria procurar acordos multilaterais para se proteger de crises domésticas.
Vários especialistas sul-africanos em política externa dizem que a morte dos soldados pode levar a África do Sul a repensar e reavaliar a sua política externa no continente.
As mortes dos 13 soldados num país que parece bem distante para o cidadão sul-africano provocaram uma onda de contestação contra Jacob Zuma: a oposição política está furiosa e a imprensa especula sobre a existência de interesses económicos da elite política sul-africana, interesses esses escondidos do público, os quais podem ter pesado na decisão de defender o ditador que governo a República Centro Africana.
Mas Alfred Hangari, investigador do Instituto de Estudos Internacionais da África do sul, diz que a decisão de Pretória de enviar de tropas adicionais, em Janeiro, está em linha com o acordo bilateral de 2007 entre os dois países.
Ele diz que Bozize continua a ser o presidente legítimo da república Centro Africana. Na opinião de Hengari o grande erro da África do Sul foi a falta de preparação e a ignorância das complexas realidades políticas do país.
Desde que chegou ao poder em 1994, a política externa do governo do Congresso Nacional Africano tem sido promover a democracia no continente e procurar “soluções africanas para os problemas africanos.” Assim, neste aspecto, intervencionismo é consistente com os objectivos de longa data.
Check Achu, investigador do Instituto África diz que Pretoria acredita também que ajudar a uma maior estabilidade no continente é do interesse da África do Sul.
“Se olharem de forma crítica para o número de pessoas que pedem a ajuda da África do sul quando há um problema em alguma parte do continente, é alarmante. Assim, a África do Sul ao envolver-se no continente, tentará resolver o problema antes mesmo daquele se começar a manifestar, antes de escalar. No continente africano precisamos de uma nação poderosa que lidere o projecto dos Estados Unidos de África. E a África do Sul tem todos os recursos, a capacidade humana, e a vontade militar para liderar este projecto em particular.”
A África do Sul é, de longe, o principal poder no continente. O seu produto doméstico bruto é quase o dobro do nigeriano, de longe o segundo país africano mais rico. Nos últimos anos mostrou estar disposto a desempenhar um papel mais alargado nos assuntos do continente. Fez pressão para assegurar a eleição de um dos seus, Nkosanana Dlamini-Zuma para presidir à União Africana. Como membro do grupo de países emergentes, BRICS, é também uma voz no continente no seu relacionamento com a China, Rússia, Brasil e Índia.
Mas Siphamandla Zondi, director do Instituto para o Diálogo Global, diz que apesar da África do Sul exercer o seu poder no palco mundial, continua a não querer ser visto como um "brutamontes."
“A África do Sul é um líder entusiasta mas relutante. Relutante em ser o polícia do continente. O que vemos é uma África do Sul entusiasmada em desempenhar um papel mas muito preocupada com as implicações de o fazer sozinho.”
Zondi acrescenta que as mortes dos 13 militares sul-africanos pode reduzir o entusiasmo de Pretoria pelos assuntos do continente.
“A questão do envolvimento sul-africano na República Centro Africana é muito contestada internamente. Mas não é um problema no continente. Essa a grande implicação que veremos nos próximos anos – pode levar a África do Sul a ser reticente, um pouco, a desempenhar o papel de estabilizador, apoiante da democracia, a reforçar a governação, por receio dos problemas que pode causar internamente.“
Zondi diz que a África do Sul aprendeu uma lição dura da sua experiência na República Centro Africana, para onde enviou tropas segundo os termos de um acordo bilateral. Em vez disso, diz Zondi, Pretória deveria procurar acordos multilaterais para se proteger de crises domésticas.