Nos últimos dois anos tem havido imensas mudanças no Egipto. A governação de quase 30 anos de Hosni Mubarak estava de tal maneira entrincheirada que parecia impossível ser derrubada.
Os líderes da região a envelhecerem eram os mesmos desde há décadas. Mas um lembrete de como eram as coisas antes ouviu-se na semana passada.
Numa conferência no Cairo, o líder palestiniano Mahmoud Abbas, referindo-se ao presidente do Egipto, Mohamed Morsi, deixou cair a palavra “Hosni” antes de se apressar a corrigir rapidamente.
Essa estagnação tornou ainda mais extraordinários os 18 dias do levantamento. E quando a 11 de Fevereiro de 2011, Mubarak se afastou do poder, os manifestantes na Praça Tahrir e por todo o Egipto estavam delirantes com as possibilidades que se abriam.
Hoje, esse ar de promessa, para muitos, desapareceu. Uma jovem na Praça Tharir resume assim o seu desapontamento: “Acho que nada mudou. Mubarak foi e chegou Morsi. Ele nada fez pelo povo do Egipto.”
Tharir continua a ser o ponto de congregação dos protestos, só que agora os sinais denunciam Morsi e a irmandade Muçulmana a que ele pertence.
Protestam a economia em apuros, uma liderança que acusam de servir os seus próprios interesses e um falhanço geral em concretizar os ideais da revolução.
O sociólogo político Said Sadek, da Universidade Americana no cairo, acredita que a situação deverá agravar-se ainda mais antes de começar a melhorar. Mas responde com base em razões históricas: “Temos que recordar que, naturalmente, após qualquer revolução, o governo é fraco, a economia esta fraca, a segurança é fraca e o presidente é fraco.”
Se é uma questão de paciência, os clientes de um café junto à Praça Tahrir parecem dispor de muita. Uma calma preenchida com copos de café e umas fumaças nos cachimbos de água contrastam com a instabilidade que faz manchetes.
Mohamed Yasso, um homem de meia-idade, dá crédito ao passado e ao futuro. Mubarak teve os seus feitos como militar, nota, apesar de o culpabilizar por nos últimos anos ter deixado a economia declinar. Para ele o ponto de viragem foi quando o antigo presidente quis passar o poder ao seu filho. A revolução, afirmou, era inevitável.
Quanto aos problemas do presente, Yasso aconselha paciência e trabalho duro, quer da parte do povo quer por parte da liderança. O governo, notou, precisa de canalizar a energia para os jovens nas ruas.
Yasso diz que os jovens precisam de emprego. Precisam de esperança – esperança de uma educação, de terem cuidados de saúde, de poderem casar. Toda a juventude – sublinha – “deve sentir que há esperança.”
Para muitos jovens, a esperança surgida há dois anos com a revolução está ser agora profundamente testada.
Os líderes da região a envelhecerem eram os mesmos desde há décadas. Mas um lembrete de como eram as coisas antes ouviu-se na semana passada.
Numa conferência no Cairo, o líder palestiniano Mahmoud Abbas, referindo-se ao presidente do Egipto, Mohamed Morsi, deixou cair a palavra “Hosni” antes de se apressar a corrigir rapidamente.
Essa estagnação tornou ainda mais extraordinários os 18 dias do levantamento. E quando a 11 de Fevereiro de 2011, Mubarak se afastou do poder, os manifestantes na Praça Tahrir e por todo o Egipto estavam delirantes com as possibilidades que se abriam.
Hoje, esse ar de promessa, para muitos, desapareceu. Uma jovem na Praça Tharir resume assim o seu desapontamento: “Acho que nada mudou. Mubarak foi e chegou Morsi. Ele nada fez pelo povo do Egipto.”
Tharir continua a ser o ponto de congregação dos protestos, só que agora os sinais denunciam Morsi e a irmandade Muçulmana a que ele pertence.
Protestam a economia em apuros, uma liderança que acusam de servir os seus próprios interesses e um falhanço geral em concretizar os ideais da revolução.
O sociólogo político Said Sadek, da Universidade Americana no cairo, acredita que a situação deverá agravar-se ainda mais antes de começar a melhorar. Mas responde com base em razões históricas: “Temos que recordar que, naturalmente, após qualquer revolução, o governo é fraco, a economia esta fraca, a segurança é fraca e o presidente é fraco.”
Se é uma questão de paciência, os clientes de um café junto à Praça Tahrir parecem dispor de muita. Uma calma preenchida com copos de café e umas fumaças nos cachimbos de água contrastam com a instabilidade que faz manchetes.
Mohamed Yasso, um homem de meia-idade, dá crédito ao passado e ao futuro. Mubarak teve os seus feitos como militar, nota, apesar de o culpabilizar por nos últimos anos ter deixado a economia declinar. Para ele o ponto de viragem foi quando o antigo presidente quis passar o poder ao seu filho. A revolução, afirmou, era inevitável.
Quanto aos problemas do presente, Yasso aconselha paciência e trabalho duro, quer da parte do povo quer por parte da liderança. O governo, notou, precisa de canalizar a energia para os jovens nas ruas.
Yasso diz que os jovens precisam de emprego. Precisam de esperança – esperança de uma educação, de terem cuidados de saúde, de poderem casar. Toda a juventude – sublinha – “deve sentir que há esperança.”
Para muitos jovens, a esperança surgida há dois anos com a revolução está ser agora profundamente testada.