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Cerca de 30% dos militantes do MPLA não votaram no seu partido


Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, depois de votar no dia 31 de Agosto. Dois milhões de militantes do MPLA não fizeram o mesmo.
Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, depois de votar no dia 31 de Agosto. Dois milhões de militantes do MPLA não fizeram o mesmo.

O MPLA diz ter seis milhões de militantes e simpatizantes, mas apenas quatro milhões votaram no Partido dos Camaradas. O que aconteceu aos outros dois milhões?

Os resultados provisórios das eleições já divulgados indicam que o MPLA é o vencedor das eleições... com cerca de quatro milhões de votos.

Outro facto muito apregoado pelos seus responsaveis, é que o número dos seus militantes e simpatizantes já atingiu os seis milhões.

Ora, seis milhões menos quatro milhões (que é o numero de votos conseguidos pelo MPLA) restam cerca de dois milhões. O que se terá passado com estes militantes e simpatizantes?

Terao traido o seu partido e votado na concorrência? Ou terão ficado entre os que se abstiveram de votar?

Procuramos ouvir a resposta de alguns militantes e simpatizantes mas não houve coragem de revelarem. Quem não teve meias medidas foi o dirigente do Comité Provincial de Luanda do MPLA, Norberto Garcia. Comecou por dizer que houve muitas abstenções as quais é preciso respeitar, por serem uma forma de expressão democrática.

"A abstenção, disse, também é um voto. É uma forma de expressar aquilo que se quer dizer na vida política nacional. É algo que na democracia deve ser respeitado... É natural que muitos militantes não estejam contentes com aquilo que o partido faz", disse Garcia.

Quanto ao diferencial entre o numero de votos e de militantes, Norberto Garcia acredita que o seu partido é um dos maiores do mundo e que por isso é natural que alguns não estejam satisfeitos com tudo que o partido faz.

“Não pense que eu lhe vou dizer que entre nós está tudo bem, que é tudo um mar de rosas. Não. Somos o maior partido angolano, senão mesmo um dos maiores de África e do mundo, mas este número de militantes também tem direito a reclamar e tem direito a sancionar o partido naquilo que acha razoável", disse o dirigente do MPLA de Luanda.

Assim mesmo, diz que o seu partido está atento e que tudo que há por fazer, vai ser feito. "Ninguém vai dizer que no seu acto de governar o MPLA não tenha falhas. O MPLA está preocupado com a corrupção, com o amiguismo; está preocupado com muitas praticas de má governação", disse
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