A extrema concentração de poderes nas mãos do presidente da república é uma “armadilha” que poderá causar danos á presidência de João Lourenço, disse o antigo Primeiro Ministro angolano Marcolino Moco.
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Actualmenteum dos administradores da petrolífera angolana Sonangol, Marcolino Moco é defensor de uma revisão da constituição actual da republica sobretudo no capitulo dos poderes.
"Hoje vê-se ministros e directores e que não decidem nada, tudo vai para as mãos do presidente da republica”, disse à margem do ciclo de debates da Universidade Católica de Angola
“Chamam-lhe essa coisa horrorosa de único titular do poder executivo, então um país só tem um único titular? Uma constituição que concentra tudo em termos de poder púbico nas mãos de uma só pessoa, é uma autentica armadilha, foi para José Eduardo dos Santos e está a ser”, acrescentou Moco para quem essa situação “vai piorar se nada se fizer neste mandato ou noutros do actual presidente".
Marcolino Moco fez notar que quando foi primeiro ministro nunca mandou como tal o governo.
"Aqui em Angola nunca houve um primeiro ministro que foi chefe absoluto do governo aqui como em Africa a figura do primeiro ministro foi sempre auxiliar do presidente da republica", disse.
O também antigo chefe da CPLP, entende que Angola precisa de um modelo de governação diferente do actual.
"Precisamos de ter governos não só em Angola como em Africa governos de unidade nacional ou de estabilização nacional prolongados no tempo para poder resolver as questões estruturantes", disse.
Marcolino Moco desmentiu informações nas redes sociais que estaria a defender o antigo presidente Eduardo dos Santos de não ser julgado.
“Eu nao me encontro com o Presidente José Eduardo dos Santos desde 1998”, disse.