"É preciso destruir o ninho do marimbondo”, diz João Lourenço sobre o combate à corrupção

Presidente angolano, João Lourenço, numa conferência de imprensa no Palácio de Belém em Lisboa, Portugal. 22 Novembro, 2018

Presidente angolano admite haver "picadelas" dos afectados pela sua política

O Presidente de Angola, João Lourenço, admitiu haver “as picadelas” dos afectados pelo combate à corrupção, mas garantiu que não vão“matar” o Governo.

Em declarações à imprensa portuguesa nesta quinta-feira, 22, no Palácio de Belém, em Lisboa, Lourenço deixou claro, que ao anunciar o combate à corrupção, sabia que havia “marimbondos” no ninho.

“Quantos marimbondos existem nesse ninho, não são muitos, devo dizer: Angola tem 28 milhões de pessoas, mas não há 28 milhões de corruptos, o número é bastante reduzido e há uma expressão na política angolana que diz que ‘somos milhões e contra milhões ninguém combate'”, afirmou Lourenço no primeiro dia da sua visita a Portugal.

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“Quando nos propusemos a combater a corrupção em Angola, tínhamos noção de que precisávamos de ter muita coragem, sabíamos que estávamos a mexer no ninho do marimbondo, que é a designação, numa das nossas línguas nacionais, do terminal da vespa”, sublinhou Lourenço, assegurando que não irá recuar porque “é preciso destruir o ninho do marimbondo”.

Presidente de Angola, João Lourenço e seu homólogo português Marcelo Rebelo de Sousa (dir), no Palácio de Belém em Portugal

Ao lado do seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente angolano foi questionado se está a brincar com fogo, na sua campanha contra a corrupção, tendo respondido ter a noção “das consequências desta brincadeira”.

“O fogo queima, importante é mantê-lo sob controlo, não deixar que ele se alastre e acabe por se transformar num grande incêndio”, explicou João Lourenço.

O chefe de Estado angolano alertou que “ninguém pense que, por muitos recursos que tenha, de todo o tipo, consegue enfrentar os milhões que somos”.

Além do encontro com o Presidente português, que visitou Luanda meses atrás, Lourenço discursa ainda hoje na Assembleia da República.


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