África do Sul: Defensores de direitos pedem protecção para denunciantes da corrupção

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Foto de arquivo

JOANESBURGO (AP) - Grupos anticorrupção na África do Sul pediram mais protecção aos denunciantes, após recentes assassinatos com marcas de golpes profissionais.

O contabilista Cloete Murray, que trabalhava num caso de corrupção de alto perfil foi morto junto com seu filho por homens armados desconhecidos numa autoestrada, em Março.

Babita Deokaran, funcionária do Departamento de Saúde, que alertou sobre negócios ilegais no valor de quase 50 milhões de dólares foi baleada 12 vezes, na estrada, em 2021, no que foi descrito como um assassinato.

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Os assassinatos e outros casos alimentam a indignação com a corrupção generalizada ligada a contratos governamentais, que atormenta a economia mais desenvolvida da África, há anos, mas parece continuar inabalável.

A Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transnacional contabilizou um total de 1.971 casos de assassinato na África do Sul, entre 2000 e 2021, sendo os denunciantes a maioria de visados.

Crise

A organização anticorrupção sul-africana Corruption Watch disse que os assassinatos são mais uma prova de que o país enfrenta “uma crise em termos de estado de direito”.

“Os níveis de confiança do público nas nossas capacidades de aplicação da lei, para não mencionar a vontade política de responsabilizar criminosos e corruptos, caíram para um nível mais baixo de todos os tempos”, disse o director executivo da Corruption Watch, Karam Singh.

“Como o exemplo mais recente, o assassinato descarado de Cloete Murray e seu filho envia uma mensagem arrepiante e intimidadora para qualquer um que queira acabar com a impunidade da corrupção e crime”, disse.

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O Departamento de Justiça da África do Sul não respondeu às mensagens da AP pedindo comentários sobre a experiência de Williams e a política geral de proteção de denunciantes.

Mas no seu Discurso sobre o Estado da Nação deste ano, o presidente Cyril Ramaphosa reconheceu as deficiências e a necessidade de fortalecer a unidade de proteção a testemunhas.

Nesta semana, o ex-chefe da empresa estatal de eletricidade, que enfrenta uma crise por má administração e corrupção, compareceu a uma audiência parlamentar virtualmente de um “local não revelado” por motivos de segurança.