A terceira é de vez, dizem generais, oficiais superiores e subalternos na reforma em Angola ao anunciarem uma manifestação no dia 17 para exigir o pagamento da dívida de mais de 130 mil milhões de kwanzas (cerca de 200 milhões de dólares).
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A Associação dos Oficiais Generais Superiores, Capitães, Subalternos Reformados diz que só com dinheiro nas contas a manifestação será cancelada.
Entretanto, o porta-voz das Forças Armadas Angolanas (FAA) afirma desconhecer qualquer informação de protesto.
Há 13 anos que generais, oficiais superiores, capitães e subalternos reformados não conseguem receber os seus salários.
Em 2015, o então Presidente José Eduardo dos Santos autorizou o pagamento da dívida, mas na prática não foi cumprida a orientação.
Em Novembro de 2019, já na vigência do Presidente João Lourenço, também ficou escrito e lavrado que os antigos militares receberiam o dinheiro devido.
Desde então, várias manifestações foram anunciadas mas sempre
canceladas a pedido das autoridades com a promessa de uma solução, o que nunca aconteceu.
"Dia 17, nós vamos nos manifestar nas ruas, estes argumentos e subterfúgios que têm sido fabricados em véspera de manifestações, esses truques de calmas que vamos resolver, desta vez não colhem", afirmou o presidente da Associação, numa conferência de imprensa realizada nesta quinta-feira, 8, em Luanda.
Os antigos militares consideram-se marginalizados pelo Estado depois “de cumprirem o seu dever pela pátria”.
Alberto Nelson "Limukeno" afirmou que vários dos seus colegas estão a morrer sem receber o que lhes é devido.
“Ontem mesmo fomos a enterrar o brigadeiro Rubem, já enterramos o oficial superior na reforma Silvestre, o coronel João Kambumba e outros estão com a saúde critica por causa da fome, pobreza, desgraça quando o Estado deve-nos", aponta “Limukeno”.
Contactado pela VOA, o porta-voz das FAA, brigadeiro Jorge Napoleão, de forma lacónica, disse não ter conhecimento do assunto e que por isso não podia pronunciar-se
"Até ao nosso nível e neste momento desconhecemos este assunto", afirmou.
Recorde-se que, em Fevereiro, a Associação suspendeu a anterior manifestação convocada depois do Governo ter prometido pagar metade da dívida.