Zâmbia: Presidente Edgar Lungu diz que as eleições gerais “não foram livres”

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Apoiantes de Edgar Lungu

Candidato da oposição lidera contagem inicial

O líder zambiano Edgar Lungu, em comunicado divulgado, neste sábado, 14, declara as eleições presidenciais e parlamentares desta semana "não livres, nem justas", após incidentes de violência em três províncias, reporta a Reuters.

"O presidente Lungu diz que as eleições gerais em três províncias, a saber, província do sul, província do noroeste e província do oeste, foram caracterizadas pela violência, tornando todo o exercício uma nulidade", lê-se no comunicado do seu gabinete.

Lungu argumenta que os eleitores da Frente Patriótica foram brutalizados e perseguidos nos distritos eleitorais, uma "situação que deixou os votos do partido no poder desprotegidos".

Citando o assassinato de um líder do partido na província do Noroeste durante a votação, e a morte de outro homem, Lungu diz que esses actos criminosos tornaram as eleições gerais "não livres, nem justas".

Lungu trouxe reforços do exército para ajudar a conter a violência quando as mortes ocorreram.

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Desespero

O Partido Unido para o Desenvolvimento Nacional, de Hakainde Hichilema, disse que comentários de Lungu foram o "acto final de desespero de um governo cessante".

A missão de observação eleitoral da União Europeia divulgou um relatório preliminar na capital Lusaka, descrevendo o processo como tecnicamente bem gerido, mas "marcado por condições de campanha desiguais, restrições à liberdade de reunião e movimento e abuso de poder."

Cartazes de Hakainde Hichilema

Lungu, de 64 anos de idade, procura a reeleição para o segundo mandato. Hichilema - conhecido como "HH" - é um empresario, que critica a gestão de Lungu.

Internet bloqueada

Os resultados de 31 dos 156 círculos eleitorais país deram a Hichilema 449.699 votos contra os 266.202 obtidos por Lungu.

Estima-se que 7 milhões de pessoas se registraram para votar nas eleições presidenciais e parlamentares na Zâmbia, o segundo maior produtor de cobre da África.

A Comissão Eleitoral da Zâmbia permitiu que a última assembleia de voto permanecesse aberta até às 5:00 hpras da manhã de sexta-feira, 13, para dar às pessoas que ficaram horas na fila a oportunidade de votar.

A eleição também viu restrições ao acesso à Internet.