Zuma não recebeu pedido da Renamo para mediar conflito em Moçambique

Maite Nkoana-Mashabane

A ministra dos Negócios Estrangeiros da África do Sul disse na tarde desta quarta-feira que o Presidente Jacob Zuma não recebeu nenhum pedido da Renamo para mediar a crise política em Moçambique.

A declaração foi feita por Maite Nkoana-Mashabane em Maputo depois de um encontro com o seu homólogo moçambicano Oldemiro Baloi.

"Nós ainda não recebemos nenhum pedido para mediar as negociações, nem por parte do Governo moçambicano nem por parte da oposição", reiterou Mashabane, adiantando que Pretória reconhece o Governo "saído das últimas eleições" em Moçambique.

A chefe da diplomacia sul-africana contraria assim as declarações reitaradas por Afonso Dhlakama de que teria convidado o Presidente Jacob Zuma para mediar a conflito entre a Renamo e o Governo e que tinha aceite.

A 11 de Janeiro, o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, assegurou ter recebido uma resposta positiva da Igreja Católica e do Presidente sul-africano Jacob Zuma para servirem de mediadores do conflito político-militar moçambicano.

“A Igreja Católica já manifestou a prontidão, só que não pode por si só, estas coisas de mediação sabem, é preciso que ambos os lados estejam disponíveis. È preciso que a Frelimo e o Governo demonstrem também esta boa vontade ném. E também tenho indicações que o Presidente (Jacob) Zuma está disposto a ajudar os irmãos moçambicanos e ele sabe muito bem disso”, precisou Afonso Dhlakama, líder da Resistencia Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição.

Dhlakama fez estas declarações hoje na abertura de uma reunião política do partido ao nivel da cidade da Beira, alargado a quadros da província de Sofala.

“Depois de constituirem a Igreja católica e a África do sul, e analisarmos bem, algumas coisas podem avançar”, Afonso Dhlakama, condicionando a realização de todas as negociações em Satunjira (Gorongosa), o quartel-general do movimento, onde vive há três meses.