Zelenskyy afirma que Putin não está preparado para a paz e apela à retirada total da Rússia

  • AFP

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, durante a conferência de imprensa de encerramento da Cimeira sobre a paz na Ucrânia, na luxuosa estância de Burgenstock a 16 de junho de 2024.

Zelenskyy gostaria de ver a China desempenhar um papel mais importante na discussão de uma solução para o conflito.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, afirmou no domingo, 16, que a Rússia não está preparada para uma "paz justa", insistindo que Kyiv está aberta a conversações imediatas se Moscovo retirar as suas tropas do país.

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O líder ucraniano falava no final de uma importante cimeira diplomática na Suíça, para a qual a Rússia não foi convidada, destinada a angariar apoio para as propostas de Kyiv sobre o fim da guerra.

"A Rússia e os seus dirigentes não estão preparados para uma paz justa, isso é um facto", disse Zelenskyy aos jornalistas na conferência de imprensa de encerramento.

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O comunicado final, acordado por cerca de 80 Estados, reafirmou o compromisso com a "integridade territorial" da Ucrânia e disse que o diálogo entre "todas as partes" seria necessário para acabar com o conflito.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, desencadeando o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

As suas forças ainda controlam pouco menos de um quinto do território internacionalmente reconhecido da Ucrânia, incluindo a península da Crimeia, que anexou em 2014.

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O Presidente russo, Vladimir Putin, exigiu na sexta-feira que a Ucrânia retirasse as suas próprias tropas do sul e do leste do país se quisesse que a invasão terminasse.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, criticou a exigência como um apelo à "capitulação", enquanto Zelenskyy rejeitou o "ultimato" do tipo "Hitler".

No domingo, Zelensky apelou a uma retirada total da Rússia e ao respeito pela "integridade territorial" da Ucrânia.

"A Rússia pode começar a negociar connosco amanhã mesmo, sem esperar por nada, se deixarem os nossos territórios legais", disse.

Zelensky disse ainda que gostaria de ver a China desempenhar um papel mais importante na discussão de uma solução para o conflito.

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Pequim, um aliado político e económico próximo da Rússia, não participou na cimeira em protesto pelo facto de Moscovo não ter sido convidado.

"Penso que a China pode ajudar-nos. É por isso que eu gostaria muito de ver certas propostas que a parte chinesa tem", disse Zelenskyy.

"A Ucrânia nunca disse que a China é nossa inimiga", acrescentou.

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Quando lhe perguntaram se considerava a China um amigo, Zelenskyy respondeu: "Penso que os amigos são aqueles que ajudam quando as coisas são difíceis. E eu gostaria que a China fosse amiga da Ucrânia".