O presidente do Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, José Mateus Zecamutchima, negou estar foragido da polícia e acusou as autoridades angolanas de quererem esconder o que se passou nos confrontos ao impedirem uma delegação da UNITA de visitar o local.
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Zecamutchima disse que se as autoridades entregarem ao seu advogado Salvador Freire uma notificação, ele está pronto a apresentar-se na Procuradoria para ser interrogado sobre os acontecimentos no Cafunfo, que resultaram em várias mortes.
O ministro do Interior Eugénio Laborinho anunciou ontem que Zecamutchima tinha sido indiciado, mas disse que o mesmo não está a ser procurado porque isso seria o mesmo que “procurar uma agulha num palheiro”.
Zecamutchima afirmoun à VOA encontrar-se em Luanda, algo que é conhecido por todos.
“Como é que os jornalistas contactam comigo, sabem onde estou e as forças de segurança de Angola dizem que não sabem?", interrogou.
O dirigente daquele movimento que luta pela autonomia das Lundas negou veementemente as alegações do Governo de que membros do mesmo teriam atacado uma esquadra da polícia como alegado pelas autoridades.
Ele fez notar que as autoridades disseram que o alegado ataque se deu na madrugada quando os vídeos filmados no local mostram claramente a policia a actuar durante o dia.
“Porque é que o Governo impede uma delegação da UNITA de ir ao local?”, interrogou-se em referência à detenção de uma delegação parlamentar daquele partido da oposição que foi impedida de seguir para o Cafunfo.
Eugénio Laborinho acusou na terça-feira, 2, a delegação parlamentar da UNITA de violar as leis parlamentares algo que foi negado pelo chefe da delegação do Galo Negro Joaquim Nafoia que afirmou que o ministro deveria ir aprender as leis antes de se pronunciar.
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Nafoia disse também que a alegação do ministro de que cidadãos estrangeiros estavam envolvidos na rebelião era uma admissão de não ter cumprido as suas tarefas já que como ministro do Interior é ele o responsável pela segurança das fronteiras.
Laborinho disse também não haver a possibilidade de diálogo como o Movimento do Protectorado das Lundas, que descreveu de “bandidos” e tal como o comandante da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, rejeitou a possibilidade de uma investigação independente aos acontecimentos, como pedido por organizações nacionais e internacionais e também pela Igreja Católica.
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