Mulheres zambianas que vivem nas zonas rurais são consideradas as maiores vítimas da imposição de qualificações académicas mínimas de 12 anos de escolaridade para candidatos a deputados e membros das assembleias provinciais e municipais
A limitação aplica-se pela primeira vez nas eleições gerais marcadas para 11 de Agosto na Zâmbia.
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A campanha eleitoral começou em Maio com alguma violência à mistura, envolvendo membros e simpatizantes dos dois principais partidos dos nove que concorrem com igual número de candidatos presidenciais.
A maior parte das mulheres vivendo nas zonas ruais não tem qualificações académicas devido à tradição milenar africana de privilegiar homens na educação escolar em detrimento das mulheres.
Entretanto, a Comissão Eleitoral da Zâmbia diz que cerca de 100 potenciais candidatos a deputados do sexo masculino foram eliminados da corrida por causa da nova legislação aprovada pelo Parlamento.
Alguns homens eliminados pela falta de requisitos académicos participaram na aprovação da lei no Parlamento sem perceber o alcance para o seu próprio futuro.
Os partidos políticos à procura de votos prometem montanhas de oportunidades para os zambianos, que enfrentam desemprego, elevado custo de vida e falta de subsídios agrícolas para a promoção de produção de alimentos.
A inflação ronda os 20 por cento.
A queda do preço de cobre, principal fonte de divisas, provocou a perda de dezenas de postos de trabalho na indústria mineira.
Os partidos trocam acusações pelo estado da economia do país sem acesso ao mar.
A tensão política também subiu.
A comunidade internacional, com a SADC e União Africana à cabeça, está de olhos no processo eleitoral com mais de uma centena de observadores que já se encontram em Lusaka, capital zambiana.
Analistas dizem que há forte possibilidade de haver uma segunda volta porque a diferença da popularidade entre os dois principais candidatos presidenciais é muito pequena.
A eleição também incluiu um referendo sobre reforma constitucional relativo a direitos cívicos.