Vários corpos foram encontrados por transportadores, no sábado 16, próximos à aldeia Awasse, junto à estrada que liga aquela localidade e a sede do distrito de Mocímboa da Praia, na província moçambicana de Cabo Delgado, uma zona que esteve debaixo de um fogo cruzado a 11 de maio, disseram à VOA fontes locais nesta quarta-feira, 20.
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Relatos indicam que após violentos ataques de insurgentes contra Awasse e Miangalewa, ficou interrompida qualquer circulação rodoviária para Mocímboa da Praia e quando as carrinhas de passageiros retomaram no sábado, depararam-se com vários corpos, em número ainda por determinar.
Veja Também SADC pede ajuda para combater "terroristas" em Cabo Delgado“Os corpos estavam na estrada. Eram muitos corpos”, explicou Suanir Abibo, um dos passageiros que viajava na carrinha de transporte coletivo, e que disse que o administrador de Mocímboa da Praia foi ao local ver a situação.
Entre os corpos, relataram os moradores, estavam pessoas trajadas com a farda oficial das Forças de Defesa e Segurança, que suspeitam ser baixas do exército durante confrontos com os insurgentes.
Veja Também "Troika" da SADC leva Moçambique a mudar de estratégia no combate à insurgência em Cabo DelgadoOs corpos terão sido enterrados entre domingo e segunda-feira, de acordo com os moradores, depois que o administrador de Mocímboa, Assuede Falume, - que tomou posse a 30 de abril - visitou as aldeias de Awasse e Diaca.
As duas aldeias fazem parte das 11 atacadas por insurgentes entre 3 e 13 de maio, segundo revelou o ministro moçambicano do interior, Amade Miquidade, em conferência de imprensa na semana passada.
“Além dos corpos, na estrada, na zona de Diaca tivemos que remover troncos que barricavam a estrada. Só depois de chegarmos a Mocímboa da Praia é que outros carros começaram a circular”, acrescentou Abibo.
Veja Também Insurgência em Cabo Delgado: Aumenta brutalidade militar na regiãoOutros moradores disseram à VOA que muitas pessoas continuam a deixar as aldeias nesta quarta-feira, algumas para Nampula, outras para Montepuez e Pemba.
Os insurgentes continuam a controlar Miangalewa, onde estão acampados desde 1 de maio.
Moçambique enfrenta a insurgência islâmica há dois anos e meio, e em meados de abril, o Governo reconheceu que estava a sofrer uma “agressão externa perpetrada por grupos de terroristas” em Cabo Delgado, que já provocou pelo menos 1.100 mortos e mais de 200 mil deslocados.
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