O politólogo Adão Agostinho, de 26 anos, está prestes a concluir o mestrado em Relações Internacionais na Universidade La Sapienza na Itália, em Roma. Isso significa que em breve ele terá que decidir se irá continuar os estudos e começar um doutoramento ou voltar para Angola e passar a trabalhar.
Agostinho, que é natural do município do Saurimo, Lunda Sul, disse em entrevista à Voz da América que está optimista, embora haja um alto número de jovens desempregados no país. Segundo o Relatório sobre Emprego 2015/2016 divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 40 por cento dos jovens entre 15 e 19 anos estão desempregados na província da Lunda Sul, a taxa mais elevada no país.
“Saímos de lá para estudar e voltar com a experiência.”
Adão Agostinho, que escreve para a revista científica online Ilgeopolitico.org e também é coordenador da área geopolítica da África Subsahariana nessa publicação, salientou que o Presidente João Lourenço precisará de tempo para resolver os problemas, e lembrou que em um ano ele já fez algumas reformas notáveis.
“Um aspecto que é importante nessa governação é a aposta na juventude. Agora vê-se jovens de 30 a 35 anos que estão no Governo Central”.
Agostinho citou uma notícia recente sobre nomeações na administração provincial da Lunda Sul, a qual informou que a maior parte das pessoas que foram nomeadas eram jovens.
“Isso deixa-me contente. Eu escrevi um artigo sobre o distanciamento dos jovens da vida política angolana, mas agora vê-se que há passos avante. O Governo está a apostar na juventude. As reformas estão sendo feitas”.
Outras melhorias que Agostinho também citou foram as viagens do Presidente ao interior do país e a liberdade de circulação que os angolanos têm quando vão a Moçambique, Cabo-Verde, África do Sul, entre outros países, sem precisar tirar vistos.
O politólogo ressaltou a importância de dar tempo ao novo Presidente e a necessidade de João Lourenço ter bons conselheiros para que Angola possa sair da crise económica.
E concluiu: “Se não formos nós, angolanos, a ajudar o nosso país, não podemos esperar que o estrangeiro faça”.
Confira a entrevista na íntegra.
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