A Associação dos Combatentes de Luta de Libertação Nacional lançou duras críticas ao estágio actual do partido Frelimo.
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Ao intervir na abertura da reunião do Comité Central da Frelimo, nesta sexta-feira, 26, a ala mais dura do partido denunciou oportunismos de alguns “camaradas” e defendeu a purificação das fileiras.
“Para alguns na Frelimo, fazer política significa procurar posições ao nível do Governo, Parlamento, assembleias provinciais e favoritismos nos negócios do Estado”, criticou Eusébio Faustino, secretário geral da ACLLIN, acusando o partido de ter perdido a sua identidade no debate de ideias que “tende a regredir”.
O partido no poder, segundo Faustino,vive grande parte do tempo adormecido, despertando apenas em momentos eleitorais, o que coloca em causa os resultados das próximas eleições, sobretudo no Centro e Norte do país onde, avisa, a oposição, com destaque para a Renamo, parece ganhar terreno.
“Ao longo dos anos nos orgulhávamos em dizer que a Frelimo é uma máquina, mas hoje esta realidade constitui uma incógnita, sobretudo nas províncias do Centro e Norte do país” avançou, denunciando a existência de “camaradas” que usam da esperteza e não a militância.
“Os mais espertos assaltaram os órgãos do partido, infiltrando-se e ocupando os cargos de destaque e por isso, o processo de purificação de fileiras deve ser uma realidade”, concluiu.
Nyusi pede debate franco
Por seu lado, no seu discurso de abertura da reunião que termina amanhã, o presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, pediu um debate interno franco e aberto, em prol da coesão e fortalecimento do partido.
Filipe Nyusi apontou a paz e o custo de vida como objectivos imediatos.
"Vamos nos debruçar sobre grandes questões que preocupam o nosso povo: a paz e o custo de vida", disse Nyusi que disse ser o momento de "arquitectar o ‘modus operandi' do Frelimo.
Sem avançar detalhes, que ficaram reservados para a reunião que acontece a portas fechadas, o também Presidente de Moçambique desafiou os dirigentes do partido a “ compreender o momento em que a Frelimo está a governar Moçambique, que ansiedades e prioridades reinam no seio dos moçambicanos".