Uíge: Familiares de detidos após confrontos impedidos de os visitar

Activistas organizam manifestação no Uíge contra governação MPLA. 20 de Março, 2021

UNITA diz que advogados estão a ser ameaçados

Familiares dos militantes, amigos e simpatizantes da UNITA que se encontram detidos desde o dia 22 de Março, em consequência dos confrontos com os militantes do MPLA, ocorridos no passado dia 19 de Março, no município do Sanza Pombo, estão preocupados por não terem acesso aos mesmos.

O principal partido da oposição também alega que advogados envolvidos no caso têm recebido várias ameaças.

Segundo familiares, os detidos foram encaminhados para a comarca do Congo, mesmo não tendo sido julgados e condenados.

As esposas de Olavo Castigo e Mpatu Mansony, Erica Santos e Inês Mandembo, respectivamente disseram que as autoridades não conseguem nos dar uma resposta exacta do processo.

“Quando vamos para lá não conseguimos ter acesso aos reclusos, não conseguimos falar nada, temos muito medo, porque até a comida está ser muito difícil entregar e já tivemos noticia que morreu um dos reclusos na cadeia e não sabemos se é um deles ou não", disse Erica Santos.

Inês Mandembo, esposa de Olavo Castigo, aflita com a situação, apelou às organizaçãões de defesa dos direitos humanos que procurem saber o que se passsa.

"Os homens da comarca não aceitam visitas, os filhos perguntam e querem ver sempre o pai e quando vamos para lá visitar eles não aceitam", lamentou Mandembo.

Félix Simão Lucas

O secretário provincial da UNITA, Félix Simão Lucas, denunciou ameaças, perseguições e tentativas de corrupção por parte dos advogados que estão a trabalhar na defesa dos seus militantes, amigos e simpatizantes da UNITA que se encontram detidos.

"O processo é mais politico do que outra coisa, há uma intervenção politica sobre o processo e por isso consideramos serem presos políticos”, disse.

O dirigente da UNITA denuncia também algumas ameaças por telefonemas aos advogados, de corrupção e de mortes.