Recursos limitados continuam a afetar a assistência humanitária de alimentos em Cabo Delgado, em Moçambique, segundo a rede de alerta e análise de insegurança alimentar da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), a Famine Early Warning Systems Network.
Um alerta publicado em novembro deste ano mostra que Cabo Delgado é a província moçambicana com o pior estado de insegurança alimentar no país. Segundo a agência, a região está em estado de “crise” e pode piorar se não houver continuação ou planeamento de mais assistência humanitária alimentar.
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Por falta de recursos, as organizações estão a racionar a distribuição de alimentos. Segundo a USAID, em outubro deste ano, os parceiros do Grupo de Segurança Alimentar forneceram assistência alimentar a 28.000 pessoas. Já o Programa Alimentar Mundial entregou assistência a 925.000 pessoas com uma porção alimentar equivalente a 39% das kilocalorias (kcal) diárias em Setembro e em Outubro.
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A agência alerta que o Programa Alimentar Mundial continuou a fornecer porções de 39 por cento das kcals diárias nos meses de Novembro e o caso se repetirá em Dezembro. A previsão é de que cerca de 935.000 deslocados internos e famílias anfitriãs em Cabo Delgado, Niassa e Nampula exigirão assistência até pelo menos Março de 2022.
A expectativa é que seja possível a retomada de porções completas ainda em Janeiro de 2022. Outras organizações humanitárias também estão a fornecer ajuda alimentar a áreas acessíveis em coordenação com o Grupo de Segurança Alimentar e as autoridades distritais.
Veja Também Deslocados em Nampula queixam-se de falta de comidaA USAID alerta ainda que a situação pode ficar mais crítica entre Dezembro de 2021 e Março de 2022, quando deve-se aumentar a probabilidade de um número acima da média de ataques de ciclones em Moçambique, como o La Niña. Análises meteorológicas apontam a probabilidade de desenvolvimento de oito a 12 eventos ciclónicos, dos quais quatro a seis podem tornar-se ciclones tropicais.