A União Europeia (UE) e o Mercosul concluíram um amplo e controverso acordo comercial, que é contestado pela França e por muitos agricultores europeus.
"Este é um acordo em que todos ganhamos", anunciou a presidente da Comissão Europeia nesta sexta-feira, 6, durante a cimeira do Mercosul, que decorre em Montevidéu, no Uruguai.
O acordo cria uma zona de livre comércio de mais de 700 milhões de pessoas e visa, em essência, reduzir ou eliminar, em alguns casos, as taxas de importação e exportação entre os dois blocos.
Ursula von der Leyen chamou o acordo, que foi negociado durante quase 25 anos, de "um marco verdadeiramente histórico" que constrói pontes comerciais num momento em que "ventos fortes sopram na direção oposta, em direção ao isolamento e à fragmentação".
A organização mais representativa dos agricultores europeus, a COPA-COGECA, reagiu rapidamente contra o acordo e convocou um protesto "relâmpago" em Bruxelas na próxima segunda-feira, 9.
O grupo espera que os governos da UE e d Parlamento “ajam contra os termos deste acordo".
O acordo UE-Mercosul necessita receber o sinal verde de pelo menos 15 dos 27 países-membros do bloco europeu, bem como do Parlamento Europeu.
A França, que foi abalada por protestos sucessivos de fazendeiros dizendo que o acordo traria concorrência desleal, tentou forjar uma minoria de bloqueio de países da UE.
Polónia, Itália, Holanda e a Áustria, todos com governos de direita, se opõem aos termos do acordo, enquanto os executivos da Alemanha, Espanha e Portugal saudaram a conclusão das negociações.
Entretanto, para a entrada em vigor têm de ser elaborados e assinados tratados de cooperação política, cooperação ambiental, livre-comércio, harmonização de normas sanitárias e fitossanitárias, proteção dos direitos de propriedade intelectual e compras governamentais.